Volta Redonda faz parceria com UFRJ e cria protocolo para casos leves da Covid-19

Parceria com universidade possibilita que município se torne o primeiro da região a usar medicamento em pacientes leves da Covid-19

Município com o maior número de casos e de mortes pelo novo coronavírus no Sul Fluminense, Volta Redonda assinou um convênio com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ) para a realização de tratamento dos pacientes com casos leves da Covid-19. A assinatura foi oficializada pelo prefeito do município, Samuca Silva, na tarde de segunda-feira, dia 29, na coletiva de imprensa realizada no auditório do Palácio 17 de Julho. Nesse tipo de tratamento, os pacientes recebem a Nitazoxanida, vermífugo que vem sendo utilizado como uma das opções de tratamento ao vírus. O objetivo é fazer o tratamento precocemente, impedindo que a doença tenha uma evolução com consequências mais graves.

O infectologista da UFRJ, Edimilson Migowski, que também participou da coletiva, garantiu que o medicamento é seguro e eficaz também no tratamento de outras doenças, como dengue, zika e chikungunya. “Ao fazer o tratamento precoce a gente consegue evitar que a doença evolua e, assim, impedimos também a ocupação dos leitos”, frisou.

O infectologista aproveitou também para explicar sobre alguns mecanismos de ação do medicamento, como reduzir a produção de interleucina 6, que provoca a “tempestade” inflamatória (responsável pelo agravamento da doença em alguns pacientes); reduzir o metabolismo mitocondrial e, consequentemente, a capacidade das células replicarem os componentes dos vírus; entre outros.

Samuca, no entanto, aproveitou para deixar claro que o tratamento não substitui o isolamento social. “Fazer o isolamento ainda é a melhor forma de não contrair a doença. Esse tratamento vai tratar os casos leves e os pacientes também serão acompanhados pela universidade”, afirmou o prefeito.

Na primeira fase os pacientes vão até o Centro de Triagem e, através da assinatura de um termo de aceitação, receberão o medicamento. Numa próxima fase a intenção é a criação de uma central de atendimento para que os pacientes possam solicitar a medicação.

Em quatro dias, haverá o processo de compra dos medicamentos através de um pregão e as equipes dos Centros de Triagem serão capacitadas para seguir esse novo protocolo. “Esse é um passo importante. Talvez Volta Redonda seja a única cidade no país a ter esse protocolo regulamentado”, disse o prefeito.

Segundo a última atualização do boletim epidemiológico da prefeitura, Volta Redonda tem 1.576 casos confirmados (sendo 1.207 já recuperados), e 66 pessoas já morreram com a Covid-19. Nos últimos dias, houve um aumento de 0,74% dos casos suspeitos, ocupação de 7,89% dos leitos do Hospital de Campanha e 44% dos leitos de UTI da rede municipal, fazendo com que a cidade retrocedesse na flexibilização do comércio e outras atividades não essenciais.

Fotos: Divulgação/Secom/VR e Fotoarena/Folhapress

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