Aumento da Covid-19 e fechamento de hospital obrigam Volta Redonda a fechar comércio

Atualizado nesta quinta-feira, dia 25

Foi adiado para segunda-feira, dia 29, pela Prefeitura de Volta Redonda, o fechamento das atividades econômicas no município por um período de sete dias. Antes previsto para sexta-feira, dia 26, o novo prazo atende a avaliações dos secretários de Desenvolvimento Econômico, Rogério Loureiro, e de Projetos Especiais e Captação de Recursos, Joselito Magalhães, além de líderes religiosos que dialogaram com empresários e entidades representativas.

O aumento do prazo de fechamento, de acordo com a nota da prefeitura, também visa evitar o “corre o corre” de consumidores que tenham necessidades de produtos específicos. A medida foi inicialmente anunciada em transmissão ao vivo realizada nas redes sociais no final da tarde de terça-feira, dia 23, pelo prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva. Na ocasião, ele anunciou que o comércio não essencial da cidade, além de locais como igrejas e outros templos religiosos, ficarão fechados por sete dias. Dessa forma, apenas serviços essenciais como supermercados, farmácias, hortifruti, clínicas e estabelecimentos para vendas por entrega a domicílio poderão abrir.

Segundo o prefeito, pesaram na decisão o aumento no número de pacientes internados com o novo coronavírus (Covid-19) e o anúncio de que o Hospital Regional Zilda Arns, localizado no município, considerado referência no estado do Rio de Janeiro, não vai mais fazer o atendimento de pacientes de Volta Redonda com a doença. Segundo a prefeitura, existem atualmente 10 moradores de Volta Redonda internados na unidade hospitalar estadual, o que sobrecarregaria os hospitais municipais e haveria a ocupação de 70% dos leitos de UTI caso viessem a ser transferidos para as redes municipal e privada, considerado um número acima da média.

Isso porque houve o aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI por pacientes confirmados ou com suspeita da Covid-19, tanto na rede pública municipal quanto na rede particular, em Volta Redonda, nos últimos dias, com sério risco do percentual de leitos ocupados superar os índices estabelecidos no acordo que permitiu a reabertura do comércio, que não podem ultrapassar os 5%.

Dados do município apontam que do dia 17 até o dia 23, a quantidade de leitos de UTI ocupados por pacientes da Covid-19 nas redes pública e particular de Volta Redonda passou de 19 para 42. No caso dos leitos de enfermaria, a quantidade passou de 55 para 75.

Samuca diz ser a favor das medidas de flexibilização, mas lamenta a omissão da população no cumprimento das medidas de distanciamento social. “Não podemos nos omitir nesse momento. Nosso objetivo é salvar vidas e é isso que estamos buscando, através de um parecer técnico da Secretaria de Saúde. Infelizmente vimos cenas de aglomeração, festas, churrascos, comércios e bares cheios. Isso não pode acontecer”, comentou o prefeito, destacando que houve aumento de mais de 900% de ocupação de UTI na rede municipal de saúde.

HOSPITAL REGIONAL NÃO RECEBE MAIS RECURSOS
Em carta divulgada no último dia 20, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro informou que o Hospital Regional Zilda Arns parou de receber pacientes e poderá ser desmobilizado. O documento foi enviado ao agora ex-secretário de saúde do Estado, Fernando Ferry, que pediu pra deixar o cargo nesta segunda-feira, dia 22.

Na carta, as secretarias apontam que o Hospital Regional tem “problemas operacionais”, mas não são especificados quais problemas seriam esses. Mas segundo os secretários de saúde da região, uma das causas seria o atraso no repasse de verbas do governo do estado para a Organização Social que administra a unidade, que seria de três meses. Os secretários contam que receberam uma mensagem por um grupo de WhatsApp comunicando a suspensão do funcionamento do Hospital Regional. A mensagem destaca que os pacientes serão levados agora para a Região Metropolitana I, nos hospitais de campanha.

Todos os pagamentos de contratos sob suspeita firmados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) foram suspensos ainda em maio, por determinação do governador do estado, Wilson Witzel, e estão sendo analisados pelos órgãos de controle do estado.

MUNICÍPIO CHEGA A 59 MORTOS
Também na terça-feira, foi divulgado durante a live do prefeito que Volta Redonda registrou mais uma morte pelo novo coronavírus (Covid-19). A vítima era uma idosa de 78 anos, mas não foi informado se ela tinha alguma comorbidade. Dessa forma, o município chega a 59 mortos, segundo dados atualizados da Secretaria de Saúde local, que ainda destaca que a Cidade do Aço tem mais de 1,3 mil casos confirmados da doença.

Foto: Arquivo

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