Walking Dead no Planalto

Quarta-feira passada, dia 17/06 o pseudopresidente da República disse para o seu gado lá naquele curralzinho em frente ao palácio do planalto: “está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar”. Que boquinha de oráculo, minha gente! E não foi isso que ocorreu nos dias seguintes!? Weintraub foi defenestrado do MEC e Queiroz, finalmente deu as caras, e está agora em Bangu 8. As coisas estão sendo colocadas nos seus devidos lugares. Mas ainda faltam muitas ‘coisas’ a serem movidas.

A frase do pseudopresidente foi motivada por ações do STF, ações essas que ele considera ‘um abuso’ da Corte máxima, como foi, por exemplo, a quebra do sigilo bancário de vários parlamentares de sua base de apoio. Mas a ação não foi um ato isolado. Está dentro de uma investigação sobre possíveis crimes de financiamento a atos contra um dos poderes da República, no caso, o próprio STF. O que contraria a Constituição Federal.

Mas voltemos às previsões. O fato do idiota que ocupava a pasta de educação ser enviado ao ostracismo já eram favas contadas. Ele tem que ser mandado para fora do país para não ir ‘em cana’ (embora um senador da Oposição já tenha sugerido ao STF apreender o passaporte do pulha). Mas a prisão do Fabrício Queiroz, o PM aposentado e assessor dos Bolsonaro para assuntos dos mais diversos – e quase sempre, à margem da lei -, foi bem legal. O que deixou o pseudopresidente sem fala. Tanto que na quinta-feira e na sexta-feira ele nem falou à sua claque do curralzinho.

É baton na cueca, presidente! E se estivéssemos num país razoavelmente afinado com as regras de um Estado de Direito, a contagem regressiva para o encarceramento da gang Bolsonaro e apadrinhados, já teria sido iniciada. Quem sabe já foi iniciada, como acreditam alguns otimistas analistas da nossa cena política. Torço muito pra isso.

Mas tenho certeza que se fosse um governo de linha popular, já teriam transformado uma ‘pedalada’, que nem crime é, em justificativa para o impeachment presidencial. O deep state brasileiro já teria agido, rapidinho. Mas continuemos alimentando a nossa invencível esperança em que dias melhores virão e que iremos testemunhar muito rapidinho, as ‘coisas’ serem colocadas em seus devidos lugares, como vaticinou o pseudopresidente.

No caso do próprio, do dito cujo, fica uma dúvida persistente. A ver pela sua atual aparência física, pelo “ânimo” dos últimos dias e pela inoperância em combater a pandemia, tudo parece indicar que o país tem um defunto na principal cadeira do Poder Executivo. E essa é a dúvida: qual o lugar adequado para se colocar um morto-vivo, um zumbi? Deveria ser tratado com tiro na cabecinha? Não, essa regra de outro zumbi não se aplica. Difícil. Fico por aqui, dividindo essa dúvida com os leitores.

PS: Mas creio ser oportuno chamar atenção para a nossa insuficiente capacidade de ler o mundo à nossa volta. Esse dirigente insepulto, esse zumbi que “comanda” o país, já de algum tempo se mostrou um verdadeiro profeta desses dias tormentosos e finais. Lembram quando certa vez, lá naquele curralzinho, ele falou pra sua claque: ACABOU PORR…!! Pois é. Acabou mesmo. Ele é que se esqueceu de deitar.

Foto: Divulgação

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