Indústrias da região mantêm funcionamento normal com novo coronavírus

Atualizado às 12h11

Com a ameaça da pandemia de coronavírus em boa parte do planeta, as atividades seguem sendo paralisadas em muitos países atingidos pela Covid-19. Inclusive nas fábricas mantidas pelas multinacionais. Na Europa e na África do Sul, foi anunciado nesta quarta-feira, dia 18, que a montadora alemã BMW fechou suas fábricas nessas duas regiões, que representam metade de sua capacidade de produção até o dia 19 de abril devido à pandemia do novo coronavírus. O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho da empresa, Oliver Zipse.

A interrupção nas atividades mudou os planos de projeção de crescimento da empresa, que agora espera um impacto “significativo” em seus resultados de 2020 e há previsão de uma “forte queda” do lucro. Antes da pandemia, a empresa projetava números positivos. A medida também foi seguida outras fabricantes do setor automotivo para conter a pandemia da Covid-19. A mais recente foi a Mercedes-Benz, que anunciou nesta terça-feira, dia 17, a suspensão de grande parte de sua produção na Europa.

A Volkswagen, que também anunciou paralisação de fábricas europeias, disse temer pelos efeitos da crise causada pelo vírus, mas que ainda é “impossível” dizer como isso afetará a empresa. Enquanto isso, as indústrias da Região das Agulhas Negras não sinalizaram qualquer alteração na rotina das indústrias. No caso de Resende, nem indústrias ou empresas de outros segmentos estão incluídas no Decreto Municipal nº 13.073, assinado terça-feira, dia 17, pelo prefeito de Resende Diogo Balieiro (DEM), que “dispõe sobre a adoção de novas medidas de contenção e distanciamento social como mecanismos de prevenção ao coronavírus (Covid-19) no Município de Resende/RJ”. A exemplo do que vem acontecendo em todo o Estado do Rio de Janeiro, o decreto já vem mudando a rotina de moradores e também do funcionamento do comércio e da prestação de serviços.

Na região, as fábricas seguem funcionando normalmente, preocupando os familiares que temem pelos riscos que os funcionários passam no momento. Além disso, algumas fábricas vêm sofrendo com especulações sobre sua rotina de trabalho e até mesmo com as fake news espalhadas pelass redes sociais. Na terça-feira, circulou informações sobre um suposto comunicado da Ambev sobre paralisação das atividades, desmentida pela assessoria de imprensa da empresa. Nesta quarta, a vítima das falsas informações foi a montadora Nissan, que tem uma de suas sedes em Resende.

Em nota emitida pelo departamento  de RH da empresa, ao contrário das informações divulgadas sobre funcionários diagnosticados pelo coronavírus, não há casos da doença, mas que a empresa “está informando oficialmente a todos sobre qualquer novo procedimento e situação na empresa relacionada à pandemia”. Questionada pelo jornal BEIRA-RIO, a fábrica da Nissan em Resende segue funcionando em escala normal de produção, e não informou se há houve mudança nessa escala para proteger os funcionários.

Por outro lado, a assessoria de comunicação destacou as medidas protetivas que vem sendo realizadas no interior da fábrica, entre elas as ações de conscientização em relação à higiene e cuidados para conter a propagação do vírus (via e-mail, quadro de avisos, canal de Comunicação via whatsapp, banners, etc); o reforço geral da limpeza da fábrica por meio de aumento do efetivo, com concentração em pontos críticos de contaminação, como maçanetas, portas, corrimãos, pias, bancadas, etc., e aumento dos pontos de higienização com álcool em gel por toda a fábrica.

As medidas protetivas também seguem sendo realizadas no refeitório, com o uso de talheres embalados para evitar o contato direto das mãos com os utensílios; o maior distanciamento entre as mesas e cadeiras. E também nos ônibus fretados, com circulação dos veículos fretados com as janelas abertas e ar desligado, e instalação de álcool em gel nos veículos.

A manutenção da rotina normal não é exclusiva da Nissan. Em outra montadora, a Peugeot Citroen, de Porto Real, a assessoria de imprensa informou que está tomando todas as precauções apropriadas para proteger os colaboradores, usando a comunicação interna para orientação e aplicando instruções das agências e órgãos públicos de saúde em termos de normas de higiene. A empresa também não tem nenhum caso registrado até o momento.

– Informamos todos nossos colaboradores e os relembramos sobre os cuidados básicos em termos de higiene (lavar mãos, usar lenços descartáveis, tossir e espirrar no antebraço e outros), etc. Tomamos medidas também em relação a visitas e reuniões para limitar os riscos e estamos atentos a tudo que pode contribuir para fortalecer as boas práticas que precisam ser adotadas diariamente. Recomendamos ainda a prática de home office para as áreas administrativas sempre que possível – encerra a nota.

Questionada sobre o funcionamento e a readequação das indústrias em relação a pandemia, a assessoria de comunicação da Firjan apenas informou que elas são independentes, e que cada indústria tem autonomia pra adotar os procedimento que julgarem melhor. “A Firjan não condiciona as indústrias, ela defende os seus interesses. As indústrias são independentes para tomar providências. Contudo devem seguir as recomendações da OMS e Ministério da Saúde”.

Foto: Divulgação

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