Açude da Morada da Barra não sabe o que é limpeza há cinco anos

Panorama da área onde se encontra o açude, quase totalmente coberto por mato e algas

Em matéria publicada pelo jornal BEIRA-RIO no final do ano de 2015, moradores se queixaram das condições do açude do bairro Morada da Barra. O local passou por uma limpeza no ano anterior, depois que a Prefeitura de Resende anunciou um investimento estimado em mais de R$ 500 mil, e que seria realizada após licitação vencida pela empresa Deltatec e pago com recursos próprios da Agência do Meio Ambiente de Resende (Amar), mas a população local estava insatisfeita com o resultado um ano e meio após os trabalhos de retirada do mato e das algas das margens e do fundo do açude.

Pouco mais de cinco anos depois da limpeza, o açude segue novamente abandonado. Moradora do bairro desde o ano de 2014, a auxiliar administrativa Joelma Mendes lamenta. “Esse açude precisa de cuidado, pois faz parte do meio ambiente. Dizem que antigamente havia até um calçamento em volta dele, hoje mal dá pra ver. Só tem entulho e mato”.

Segundo ela, falta opção de lazer para o bairro. “Ali poderia ser limpo e poderia ser uma opção de lazer se investissem nisso. Poderia ser um segundo Parque das Águas, podiam se preocupar. Mas não se preocupam com a Morada da Barra”, alfineta a auxiliar administrativa.

Vala de esgoto é o único local com água visível no açude

Pouco tempo depois de se mudar com a família para uma das casas do condomínio vizinho à área do açude, Joelma revela que chegou a conversar com o presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Resende (Amar), Wilson Moura na época. “Ele disse que a Amar tomaria providências, e depois nunca mais tivemos retorno e não foi realizada nenhuma outra limpeza no açude”.

A equipe do jornal BEIRA-RIO esteve no local ao lado de Joelma. Atualmente, o açude se encontra quase que totalmente coberto pela vegetação invasora e pelas algas, no único lugar onde dá para ver que se trata de um recurso hídrico é onde aparece o esgoto a céu aberto, apontado no ano de 2015 como o causador da degradação do local, que no passado foi o habitat de vários animais, como os jacarés, e também era um local de pesca.

Hoje, com o açude praticamente “morto”, a área de lazer do local se resume apenas às duas traves de um campo de futebol e ao playground que fica do outro lado. No local, há uma placa coberta por tinta branca e pichada com duas iniciais. “Se não fosse por um dos moradores daqui da comunidade, nem mesmo este espaço do parquinho estaria conservado hoje”, citou a moradora.

Ela conta que o espaço de lazer para as crianças só existe graças ao trabalho que é feito por Jorge Gonçalves Martins, o Kojac, um antigo morador do bairro, e que foi entrevistado pelo BEIRA-RIO há quase quatro anos. A mulher de Kojac, a dona de casa Geiza de Oliveira Ribeiro, diz que hoje o marido quase não consegue tempo para se dedicar à limpeza do açude, uma vez que atualmente trabalha na Prefeitura de Resende.

Há quase quatro anos, situação era a mesma

No entanto, ela se queixa do mau cheiro que vem do esgoto despejado no açude. “Tem dia que a gente sente um cheiro de esgoto, que o meu marido acredita que esteja vindo de lá. Pedi para que verificasse para mim”, disse Geiza. No momento da entrevista, Kojac ainda se encontrava no trabalho. A equipe do jornal tentou entrar em contato com ele, que ainda não retornou o contato.

A dona de casa revela que o marido é constantemente solicitado por moradores para ajudar na solução dos problemas de infraestrutura do bairro. “As pessoas costumam aparecer aqui sempre pra pedir ajuda ao Kojac, geralmente quando acontecem alagamentos por aqui. Ele praticamente faz a função de presidente da associação de moradores daqui”, acrescenta.

O jornal entrou em contato com a concessionária Águas das Agulhas Negras. A empresa informou “que enviará uma equipe para avaliação técnica do referido local”. Já a Prefeitura de Resende, até o momento, não se pronunciou sobre as condições do açude da Morada da Barra.

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