Detran e ISP: número de mortes nas estradas em 2018 é considerado alto

Segundo dados do Dossiê Trânsito, lançado pelo Detran-RJ em parceria com o Instituto de Segurança Pública (ISP), o percentual de mortes nas rodovias do estado do Rio de Janeiro ainda é muito alto. “São 9,6% das vítimas de mortes violentas em todo o estado do Rio. É um número muito grande, que pode ser evitado com mais educação e respeito às leis de trânsito”, afirmou o presidente do Detran, Marcelo Bertolucci. O lançamento marcou o início da programação da Semana Nacional do Trânsito, que segue até o próximo dia 25.

Durante o lançamento da terceira edição do dossiê, realizada nesta quarta-feira, dia 18, ele lembrou que uma das missões do departamento é implantar políticas de educação e fiscalização. Para isso, são realizadas ações de conscientização dos atores do trânsito e blitzes educativas. A publicação, apresentada em cerimônia no auditório da Secretaria de Fazenda, no Rio de Janeiro, reúne dados estatísticos referentes ao ano de 2018 e foi elaborada pela Coordenadoria de Estatística e Acidentologia do departamento, em conjunto com equipes do ISP e da Polícia Civil.

O trabalho apresenta informações sobre acidentes fatais e não fatais, infrações no trânsito e perfil dos condutores e infratores, além das alterações na legislação que visaram à redução de acidentes e à preservação da vida. A publicação também traz conclusões sobre estatísticas das chamadas do Serviço 190 e de internações decorrentes de acidentes de trânsito em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), em parcerias com a Polícia Civil e Secretaria de Estado de Saúde, respectivamente.

– Os dados homologados nesse trabalho buscam fornecer dados confiáveis no sentido de descrever a magnitude de problemas ligados a área de trânsito, assim como subsidiar programas de educação no trânsito e políticas na prevenção de acidentes de trânsito. A utilização das estatísticas de acidentes de trânsito é primordial para identificar riscos, desenvolver estratégias e intervenções corretivas – afirma Pedro Pepe, coordenador de Estatística e Acidentologia do Detran.RJ.

Segundo os dados do dossiê, no ano de 2018, 1.957 pessoas morreram e 27.520 se lesionaram em acidentes de trânsito no estado, ou seja, em média, 81 pessoas se envolveram em acidentes de trânsito por dia. O ano de 2018 registrou cerca de 11 vítimas fatais para cada 100 mil habitantes, mantendo-se estável nos últimos três anos. Já em relação aos dados de vítimas fatais por região do estado, o Interior apresentou a maior taxa por 100 mil habitantes: foram 14,1 mortes por 100 mil habitantes.

Ao analisar as causas das mortes no trânsito, o Dossiê mostra que mais de um terço das mortes no trânsito (35,2%) foram provocadas por atropelamento e 24,7% por colisão de veículos. Quanto ao perfil, 44,7% das vítimas fatais de atropelamento tinham mais de 60 anos e 37,3% das vítimas fatais por colisão de veículos tinham entre 18 e 29 anos.

Em relação às vítimas não fatais, o ano de 2018 apresentou a segunda menor taxa de toda a série histórica: 161,6 vítimas lesionadas por 100 mil habitantes. Entre as regiões do estado, a Grande Niterói (Niterói, Maricá e São Gonçalo) apresentou a maior taxa de vítimas: 206,5 por 100 mil habitantes. Nos acidentes com vítimas não fatais, 23% foram motivados por causa de batida de veículos e 11% por atropelamentos. Ao analisar o perfil dos acidentes de trânsito, 26,6% das vítimas não fatais de atropelamento tinham entre 30 e 45 anos e 37,7% das vítimas de lesões corporais por colisão de veículos tinham entre 30 e 45 anos.

Os dados da Coordenadoria de Estatística e Acidentologia do Detran.RJ, no ano passado, registram que foram cometidas 4.822.305 infrações de trânsito no estado do Rio de Janeiro. Metade dessas infrações foi por excesso de velocidade. A capital é a região do estado com a maior proporção de infrações (60,6%), seguida do Interior (22,3%). Ao analisar o perfil dos infratores de trânsito, são 59,6% são do sexo masculino e 22,1% do sexo feminino. A faixa etária de 31 a 40 anos foi a que apresentou o maior número de infratores no ano passado, representando 21,1% das autorias, seguida da faixa de 41 a 50 anos, com 18,9% das infrações cometidas.

DEZ ANOS DE OPERAÇÃO LEI SECA
Em homenagem aos dez anos de existência da Operação Lei Seca, a edição do dossiê também apresenta um panorama dos dados referentes às ações da operação entre os anos de 2009 e 2018. Após a implementação da Operação Lei Seca em 2009, o número de ações cresceu a cada ano, sendo 2015 aquele em que elas mais ocorreram (2.984 operações). Nos anos de 2015 e 2016 foram registradas as menores taxas de acidentes fatais no estado e os índices de acidentes não fatais tiveram quedas expressivas.

Apesar da redução no número de operações ocorridas nos últimos três anos, o número de condutores abordados por operação se manteve estável nesse período – apenas em 2018, 328.738 condutores foram abordados, ou seja, a Operação Lei Seca abordou cerca de 901 condutores por dia em 2018. Destes condutores, 14.147 foram flagrados pela operação com sinais de alcoolemia e aproximadamente 80% dos condutores flagrados se recusaram a realizar o teste do etilômetro.

As informações divulgadas no Dossiê têm como fontes o banco de dados dos registros de ocorrência da Secretaria de Estado da Polícia Civil, o banco de dados da Coordenadoria de Estatística e Acidentologia do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran.RJ) e o banco de dados da Operação Lei Seca.

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