Montadora nega que fábrica sairá de Porto Real

No começo da semana, começou a circular em alguns jornais da região e redes sociais os rumores sobre uma possível transferência da linha de produção dos modelos da marca Peugeot, da sede da montadora PSA Peugeot Citroen, em Porto Real, para fora do Brasil. Um portal de notícias do interior fluminense destacou as informações da reportagem de um jornal de Volta Redonda de que a empresa estaria preparando sua saída do país, começando pela retirada da produção da Peugeot, que passaria a acontecer na Argentina.

Com isso, a idéia seria manter no Sul Fluminense apenas a produção dos carros da Citroen. A previsão da mudança – de acordo com a mesma informação – seria para o próximo ano, e afetaria cerca de 500 funcionários.

A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a assessoria de imprensa da montadora, que negou a saída da empresa de Porto Real. Em nota, lamentou a repercussão através de “notícias não oficiais e que não condizem com a estratégia do Grupo PSA (mantenedora das duas montadoras)”. A empresa justifica que a fábrica “depende de investimentos em novos produtos e de quantos veículos ela produzirá”, pois o volume de produção “depende essencialmente da demanda dos mercados interno e externo”.

Sob essa lógica, a nota cita que os ajustes da estrutura de produção não são incomuns e que agora têm sido motivados pelo mercado argentino, que se encontra em crise. No entanto, a empresa não confirmou como serão realizadas estas mudanças, uma vez que nunca revela antecipadamente seu planejamento de produção por motivos estratégicos e confidenciais.

A montadora tem estimado mais de 1,8 milhão de veículos e 2 milhões de motores já produzidos desde fevereiro de 2001, quando a fábrica foi inaugurada. Nos últimos anos, a sede de Porto Real tem realizado lançamentos de veículos como o Novo SUV Peugeot 2008, em abril deste ano, além do Novo SUV Citroën C4 Cactus, em 2018.

Confira a nota na íntegra:

“O Groupe PSA tem uma importante história no país, com mais de 1,8 milhão de veículos e 2 milhões de motores já produzidos em nossas linhas desde fevereiro de 2001. Porto Real é hoje uma das fábricas mais modernas do Groupe PSA em todo o mundo e tem recebido investimentos constantes para manter-se competitiva e atualizada – e assim continuará sendo no futuro. Isso inclui investimentos tecnológicos e, naturalmente, muitos investimentos humanos, especialmente em treinamento e capacitação de nosso pesssoal.

Infelizmente, notícias não oficiais e que não condizem com a estratégia do Groupe PSA circulam em redes sociais. Sempre reafirmamos o nossos compromisso com o país e com a  região sul fluminense, e temos investido muito em Porto Real, preparando-a para o futuro. Por exemplo, o Novo SUV Peugeot 2008, lançado em abril deste ano, teve um aporte de cerca de  R$ 30 milhões de investimentos na fábrica de Porto Real, além de o veículo ter-se beneficiado, em grande medida, dos cerca de R$ 580 milhões adicionais investidos na fábrica por ocasião do lançamento do modelo Novo SUV Citroën C4 Cactus, em 2018.  Também lançamos nossa moderna linha de virabrequins, inaugurada em 2018, e que teve investimentos de R$ 43 milhões.  

Nunca revelamos antecipadamente nosso planejamento de produção, pois ele é estratégico e confidencial. O que podemos dizer é que teremos em Porto Real produtos cada vez mais modernos e adequados aos gostos do consumidor dos mercados brasileiro e latino-americano. E que esta fábrica continuará tendo uma grande importância para o Groupe PSA e seguirá recebendo investimentos para assegurar sua modernização e a excelente qualidade dos nossos produtos.

É importante notar que o nível da atividade da fábrica depende exatamente destes investimentos em novos produtos e de quantos veículos ela produzirá. Temos uma produção monofluxo, que comporta grande diversidade de veículos das nossas marcas (Peugeot e Citroën). Nosso volume de produção depende essencialmente da demanda dos mercados interno e externo – sendo o principal a  Argentina. Considerando-se a reação futura do mercado argentino – que hoje está em queda – é que teremos os ajustes de nossa estrutura de produção, como sempre tem ocorrido.”

Foto: Divulgação

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