Voluntários falam sobre experiências em simulado do Plano de Contingência

Além de aprendizado para os moradores, o simulado do Plano de Contingência serviu de aprendizagem prática a cadetes da Aman

A exemplo do que aconteceu no ano passado, a Prefeitura de Resende, ao lado da Defesa Civil e outras entidades do município (entre elas Aman, Anjos da Montanha e Cruz Vermelha), realizaram na tarde desta segunda-feira, dia 12, um novo Plano de Contingência na Rua Rodolpho Anechino, no bairro Surubi, onde 17 pessoas participaram como voluntárias, durante a simulação de um deslizamento de terra no bairro.

Nesse grupo estava o estudante David Lucas da Silva Lourenço, de 18 anos, um dos moradores do bairro participantes, se passando por uma vítima de gravidade leve. Ele falou sobre sua atuação ao lado dos voluntários mais experientes.

– A gente foi comunicado sobre esse evento por uma voluntária, que nos chamou para participar. No começo, ficamos apreensivos, sem saber como isso tudo aconteceria, mas aceitamos o convite para entender qual é o papel daqueles que participam do simulado, tanto dos Bombeiros quanto daqueles que estão na Aman. Tanto que contribuímos para ajudá-los a cumprir esse papel – respondeu o jovem, que mora no bairro.

Ao lado de outros dois amigos e também moradores do Surubi, também relata mais sobre o que aprendeu dentro do simulado.

– Pude aprender qual o tipo de socorro realizado, que depende da altura, do risco que a pessoa está correndo e do grau de lesões e escoriações. Isso tudo a gente consegue avaliar junto com eles (os cadetes da Aman e integrantes de entidades voluntárias participantes). Eu acho um dom o amor que as pessoas têm por poder contribuir. Achei isso muito interesante – completa.

Uma das responsáveis pelo convite recebido pelos moradores para participar do simulado é a voluntária da Cruz Vermelha, Marilda de Carvalho Oliveira. Moradora de outro bairro de Resende, ela vinha se preparando para o evento desde a última sexta-feira, dia 9.

– Eu já estava me preparando junto a outros voluntários da Cruz Vermelha e aos cadetes da Aman. Inicialmente, eu seria um dos maqueiros que trabalhariam dentro do helicóptero, dando apoio às vítimas. Mas devido a falta de voluntários para fazer o papel das vítimas mais graves nesse simulado, me pediram para que eu fosse uma delas. E no final ainda acabei sendo uma das vítimas resgatadas de ambulância ao invés do helicóptero – revela Marilda.

Marilda (à esquerda) é voluntária há três anos. Já David é morador do bairro e participa de evento pela primeira vez

Ela conta que apesar dos imprevistos e trocas de papéis e das conduções de resgate, o simulado ocorreu dentro do esperado. Esta não é primeira vez que ela participa desse tipo de evento. “Já participei de grupo de resgate no Parque Nacional do Itatiaia. Participo ativamente, acompanho o trabalho da Cruz Vermelha, que compartilha alguns vídeos entre os voluntários, entre outras atividades”, destaca Marilda, que é voluntária há três anos.

Ela acredita que o simulado do Plano do Contingência tenha servido de aprendizagem aos moradores da localidade que sediou o evento. “Eu acredito que eles (os voluntários) tenham aprendido que não é necessário ter curso de medicina ou enfermagem para estar ajudando as pessoas que estão acidentadas ou que estejam passando mal, em casos leves ou graves, que eles também podem estar fazendo alguma coisa para ajudar alguém. E as pessoas aqui do bairro estão observando que também podem ajudar. Eles estão aprendendo a salvar vidas”.

DIRETOR DEFENDE PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA DE MORADORES
Em outras oportunidades que a Rua Rodolpho Anechino, no Surubi, foi palco de simulados, outros moradores também tiveram a oportunidade de participar em oportunidades anteriores. É o caso do pedreiro Adailton Carlos da Silva, que há três anos foi voluntário, mas neste ano foi apenas um espectador do simulado.

– Sendo um dos integrantes da Associação de Moradores do bairro, sempre que posso eu estou participando desse tipo de evento. Todo ano, costumo participar, mesmo quando não sou voluntário. Muita coisa nós aprendemos com esse tipo de atividade. Esse barranco, por exemplo, está perfeito hoje, mas pode amanhã desmoronar. Também esse tipo de evento nos ajuda a entender como proceder com uma vítima de acidente, como ajudar no resgate dela. Não adianta nada apenas assistir a tudo isso, tem que aprender a ajudar também – conta o pedreiro.

O diretor da Defesa Civil, Atanagildo Alves, órgão responsável pela coordenação do Plano de Contingência, fez um balanço do evento deste ano.

– Este é o quinto simulado que estamos fazendo. E a cada ano estamos aprimorando, no terceiro ano, por exemplo, passou a ter helicóptero. Em outra oportunidade simulamos o desaparecimento de pessoas, tanto que até os cães foram utilizados para treinamento de localização da vítima. A função do simulado é pra apontar falhas, pois se não há falhas, alguma coisa está errada. E você precisa delas para aprimorar cada vez mais. E o nosso simulado correu tudo no tempo certo, com a chegada dos efetivos, no socorro às vítimas, que foram 17 ao todo – respondeu o diretor.

Atanagildo ressalta que é importante a participação dos moradores nos eventos de simulado realizados pelo Plano de Contingência da Defesa Civil, e aponta um aumento no número de voluntários nas comunidades sede de realização do evento.

– A gente precisa ter a participação dos moradores, porque são eles que irão sentir na pele, passarão na vida real tudo isso que fizemos aqui hoje. Ainda existe essa dificuldade de encontra com a participação deles. A gente vem, conversa antes com eles, mas a gente pede também à imprensa que nos ajude a divulgar, pois é importante eles participarem para que saibam como proceder em caso de desastre. Mas a cada ano vem aumentando esse contingente de moradores voluntários, e a tendência é que esse número aumente cada vez mais – conclui.

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