Primeiro Grito dos Excluídos de Resende atrai cerca de mil pessoas

Padres e religiosos da umbanda realizaram culto ecumênico durante evento

Com a participação de paróquias e pastorais da Igreja Católica de Resende e Itatiaia, além de representantes de outras religiões, representantes de associações de moradores e a população das comunidades, foi realizado pela primeira vez em Resende na manhã desta sexta-feira, dia 7, o Grito dos Excluídos, um ato de manifesto que há 24 edições é relembrado em todo o Brasil.

Este ano, o tema do Grito dos Excluídos Pela Justiça e Pela Paz é “Desigualdade gera Violência: Basta de Privilégio”, uma reflexão sobre o atual momento pelo qual o Brasil passa, com a volta da desigualdade social e o aumento da violência.

– O grande local de concentração do Grito dos Excluídos é em Aparecida, mas resolvemos trazer esse evento para cá para facilitar a participação da população, além de fazer refletir sobre o problema da violência em Resende, onde tem havido um alto índice de homicídios e de outros tipos de violência – diz um dos organizadores do evento, Padre Rafael Ferreira.

Integrantes de duas comunidades já entrevistados aqui no jornal BEIRA-RIO também estiveram no Grito. É o caso do presidente do Bloco Recreativo da Grande Alegria (Brega), Gilson Paulino dos Santos, que acompanhado de seu surdo de marcação, aproveitou para dar um ritmo aos cantos e gritos de “queremos paz” dos participantes.

– Esperamos que esse evento possa se repetir nos próximos anos, pois os representantes das comunidades se empenharam em reunir a população para estar aqui. E o nosso bloco continua com a parceria que fizemos junto à paróquia local (no bairro Cidade Alegria), com o Bloco da Solidariedade – destaca Gilson, que também comanda a bateria do bloco da Igreja Nossa Senhora da Paz.

Outro representante de comunidade presente foi o presidente da Associação de Moradores do bairro Itapuca Paulo César da Costa, o Paulão. “Foi uma grande oportunidade que tive de rever pais de família e amigos, alguns deles sofrendo com a dor de perder filhos vítimas da violência”, revela Paulão.

Para ele, o evento teve uma boa adesão dos moradores da Itapuca, bairro que abriga as igrejas Sagrado Coração e de São Judas Tadeu. “Acredito que esse evento tenha cumprido com o seu objetivo, pois muita gente participou e servirá como um grito de alerta para a necessidade de se tirar as pessoas da ociosidade e da violência gerando empregos e outras oportunidades para elas”, completa.

Representantes de terreiros de umbanda também estiveram durante toda a caminhada do ato, inclusive na sede da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no bairro Nova Liberdade, onde participaram de um culto ecumênico. Um deles também destacou a importância do Grito para as minorias religiosas.

– Este evento para nós está sendo confortável, pois nos dá a oportunidade de mostrar à sociedade que e fé é uma força maior de Deus e independe de religião. Está sendo um encontro muito bom para nós, pois somos tão importantes quanto eles (os que seguem a fé cristã) – responde o chefe do Terreiro Aldeia do Caboclo, Babalaô Luis Cláudio Jardim.

Os participantes do Grito dos Excluídos encerraram o Desfile Cívico deste ano, realizado em frente ao Parque das Águas, após as passagens de instituições escolares, das entidades filantrópicas, e das corporações da Aman, Bombeiros, Guarda Municipal e Polícia Militar. Após uma breve apresentação em frente ao público e autoridades, onde foram aplaudidos, o grupo se dirigiu até a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no bairro Nova Liberdade.

A organização estima que cerca de mil pessoas participaram do Grito, resultado da mobilização realizada organizado pela Região Pastoral de Resende e Itatiaia, e pelo Fórum Permanente de Superação da Violência . Confira as fotos abaixo:

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