Três mortos, feridos, bala perdida e muita tensão entre os moradores: este foi o resultado do conflito entre policiais e criminosos em três bairros de Resende na tarde de domingo, dia 17, entre os bairros Vicentina, Santo Amaro e a comunidade do Marrocos. Na manhã de segunda-feira até aulas foram suspensas da escola municipal Júlio Verne e muitos policiais circulam nos bairros próximos.
A ação de criminosos começou no Marrocos, quando Luiz Carlos Ferreira, de 43 anos, foi retirado de casa e executado com mais de 50 tiros. Com a chegada da Polícia Militar, os bandidos trocaram tiros com os policiais, gerando pânico e correria entre os moradores.
Outras duas pessoas acabaram sendo mortas no bairro Vicentina II. Edinailson Evangelista Bittencourt, de 24 anos, morador da Cidade Alegria, foi executado com aproximadamente 14 tiros, e Hudson Fernando Gonçalves de Oliveira, de 30 anos, que foi baleado na cabeça e no tórax. Segundo informações do Cemitério Municipal, as vítimas foram enterradas na tarde desta segunda-feira, dia 18.
O tiroteio também deixou outras três pessoas feridas que foram levadas para o Hospital de Emergência. Messias Alívio Cabral, de 29 anos, morador da Vicentina levou um tiro na região torácica e no braço e Dailson Pereira, de 46 anos, do Santo Amaro, foi vítima de bala perdida e passou por cirurgia. O estado deles é estável. Nenhum PM se feriu. Já o adolescente de 16 anos, do Marrocos, levou um tiro na perna e está em observação. Nenhum deles corre risco de morte.
A princípio falaram em guerra de gangues, onde grupos da “Grande Alegria vieram acertar contas com o pessoal do Marrocos”, mas a Polícia não descarta a hipótese de que o crime esteja ligado ao tráfico de drogas. Testemunhas contaram ao BEIRA-RIO que não se trata apenas de gangues: “Gangue já era mano, agora são as facções mesmo. O pessoal do Rio mandou passar o rodo geral. É disputa de território mesmo”, contou um rapaz que pediu para não ser identificado. Perguntado se esses criminosos não temem a ação da Polícia, o entrevistado fez uma pergunta e riu: “que polícia?”
Moradores do local estão apavorados, muitos pais preferiram não mandar os filhos para as escolas porque vários carros da PM circulam nos bairros, inclusive Morros do Batista, Querosene e bairro Lavapés e temem novo tiroteio. Familiares e amigos dos mortos estavam no IML aguardando a liberação dos corpos. Vídeos circulam nas redes sociais e dão a dimensão do tiroteio que aconteceu no final da tarde de domingo. Não devem nada aos tiroteios vistos pela televisão nas favelas do Rio de Janeiro e a barbárie dos assassinatos das facções criminosas. “Os assassinos de Luiz Carlos gravaram todo o crime e postaram como troféu no WhashApp, uma ousadia nunca vista nessa cidade”, comentou um policial civil que pediu para não ser identificado.
— Nunca vi tanto tiro. Gente o que aconteceu com Resende? Estamos apavorados, comentou uma moradora da região que pediu para também não ser identificada. Vários moradores testemunharam o que ocorreu, mas o medo de represálias dos criminosos impõe a lei do silêncio.
Nenhuma autoridade municipal publicou, até o fechamento desta edição, qualquer nota sobre o ocorrido.
Foto: Redes Sociais
Berço da AMAN- acontecer isso é uma verdadeira vergonha. A bandidagem está muito bem.armada e já mostrou que não tem medo da polícia. Coloquem o exército nos bairros para ajudar a polícia militar.