Representantes regionais e a prisão de Orlando Diniz

Atualizado às 13h50

Na manhã desta sexta-feira, dia 23, foi preso por agentes da Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPRJ), o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz (foto). Ele é acusado de desviar dinheiro destinado a empresas do chamado Sistema S (Sesc e ao Senac) para a contratação de funcionários fantasmas, segundo investigações, em um dos desdobramentos da Operação Lava Jato.

A notícia vem repercutindo nos meios de comunicação estaduais, inclusive em Resende. Mas não foi novidade para o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Resende, Itatiaia e Porto Real, Marco Aurélio Ribeiro. “Não me causou nenhuma surpresa, pois em Dezembro o STJ já o tinha afastado da Presidência do Sistema S e também pela proximidade dele com atividades ligadas a família de Sérgio Cabral”, disse o presidente do Sindicato.

Questionado sobre como os funcionários veem toda essa história, Ribeiro respondeu. “Acompanhamos com muita esperança de que a corrupção seja extirpada de todas as entidades representativas e que esse fato não fique impune”.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Resende e Itatiaia (Sicomércio), André Amendola, a notícia também não pegou a entidade de surpresa, por considerar que Diniz é uma pessoa que deveria primar pelos princípios defendidos pelo sindicato do comércio.

– Legalidade, ética, moral. A gente espera que se ele (Orlando Dniz) for considerado culpado, que ele arque com a responsabilidade que tem caso tenha causado algum dano ao erário, e pague dentro das sanções previstas em lei, independente de quem seja, presidente de qualquer natureza ou de qualquer federação ou sindicato.

Para Amendola, “as pessoas têm que começar a ser responsabilizadas pelos seus atos”. “A gente faz parte de um sistema, tanto eu como representante do sindicato quanto o Diniz, da federação. Só que cada um tem que ter seu método e suas responsabilidades de trabalho. Os sindcatos são mal vistos porque as pessoas se utilizam deles para sobreviverem, que não é o nosso caso, onde todos somos voluntários. E é muito bom ver que as pessoas começam a ser responsabilizadas pelos seus atos. Que se pague o preço da lei”, completa.

TRÊS FUNCIONÁRIOS TAMBÉM FORAM PRESOS
Além de presidir a Fecomércio, Diniz também é presidente afastado do Sesc-RJ desde o mês de dezembro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeita de irregularidades no comando dessa entidade. Os investigadores apuram indícios de que o presidente usou o esquema de lavagem montado pela organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral para lavar dinheiro. Ainda de acordo com a investigação, as contratações fantasmas foram feitas a pedido de Cabral, num esquema que movimentou mais de R$ 7,5 milhões. Além de Diniz, também foram presos outros três funcionários da Fecomércio: Plínio José Freitas Travassos Martins, Marcelo José Salles de Almeida e Marcelo Fernando Novaes Moreira.

Foto: Divulgação/Fecomércio-RJ

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