Presos em flagrante pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, na manhã de sexta-feira, dia 26, o advogado Marcelo Tavares, 49, e o professor de Educação Física e presidente do Instituto Brasileiro da Transparência e Cooperação, José Luis Vargas, ambos de Resende. Os dois são acusados de tentar extorquir R$ 80 mil do prefeito de Itatiaia, Eduardo Guedes, o Dudu, do PMDB, em troca de não levar adiante ação judicial. A prisão foi feita na Graal de Itatiaia na hora da entrega do dinheiro, quando a equipe do MP, liderada pelo promotor Fabiano Gonçalves junto com a Polícia deu voz de prisão aos acusados.
Foi montada uma operação para apurar a extorsão, onde foram gravados vários áudios onde demonstra que para silenciarem e não levarem adiante ações processuais deveriam ser pagos R$ 80 mil, mas num dos áudios (abaixo), um dos acusados chega a afirmar que “o negócio é bom e já tá valendo R$ 200 mil”. O interlocutor, o vereador João Marcio (PRB) diz: “mas de R$ 80 mil para R$ 200 mil?”. Os outros áudios colaboram para a denúncia que resultou no pedido de prisão preventiva de ambos autorizada pelo juiz Gabriel Stagi Hossmann. Os dois acusados foram levados para a delegacia de Itatiaia.
O prefeito de Itatiaia em nota ao BEIRA-RIO informou: “Não concordo com esse tipo ação em querer extorquir para conseguir vantagens. Quando eu soube de tudo que aconteceu procurei os advogados e fomos até o Ministério Público buscar orientação. Tenho certeza do que estou fazendo e agindo dentro da legalidade com as minhas ações frente ao executivo. Não fiz contrato emergencial. Se tivesse agido de forma errada poderia ter feito até o tapa buraco que tanta a população precisa. Poderia até ter sanado o problema emergencial da cidade, mas estaria com um grande problema na justiça. Mas eu zelo pelo dinheiro público e transparência dos meus atos” disse o prefeito de Itatiaia, Eduardo Guedes (foto abaixo).
O Instituto Brasileiro da Transparência e Cooperação (IBTC) divulgou nota que apoia as operações que buscam transparência: “Devemos buscar a prática do que é lícito. Também é nosso dever, como instituição, proteger e preservar as razões da sua existência, que na sua essência é o controle social e a transparência. Gostaríamos também fosse entendida a separação entre instituição (IBTC) e o sr José Luis de Carvalho Vargas. Igualmente, informamos que o senhor Marcelo Tavares não faz parte do quadro do instituto. Dito isso, que fique à cargo das autoridades policiais e da Justiça brasileira fazerem toda denúncia, investigação e condenação por quaisquer atos ilegais supostamente praticados”, assinam os membros do IBTC.
Foto da capa é ilustrativa.