Sem reajuste salarial, professores de Resende terminam ano com desconto em contracheques

O ano de 2017 terminou com gosto amargo para os professores da Rede Municipal de Ensino de Resende, após meses de reivindicações e negociações junto ao Poder Executivo. Em postagem realizada nas redes sociais nesta segunda-feira, dia 11, a Associação dos Professores Municipais de Resende (APMR) relembrou que após tentar sem sucesso ter suas reivindicações atendidas, os servidores que aderiram às greves realizadas em agosto deste ano – formada em sua maioria por servidores da educação – tiveram desconto dos dias da paralisação em seus contracheques.

– Isto nos causou muita indignação pelo fato de ser o primeiro prefeito (Diogo Balieiro) em 29 anos a tomar esse tipo de atitude (após negociações realizadas em 21 de agosto). Foi um golpe contra os servidores, porque além de não conceder reajuste, o prefeito não negociou sequer os dias paralisados e descontou. E esse desconto faz muita falta ao servidor, ainda mais que os salários deles ficaram defasados pelas perdas inflacionárias dos últimos quatro anos – diz o presidente da Associação dos Professores Municipais de Resende (APMR), Milton Borges.

Ainda conforme publicado nas redes sociais, a ASPR e o Sindicato dos Servidores Públicos de Resende (SFPMR) acionaram imediatamente a justiça e aguardam retorno do processo.

Durante todo o ano, desde a posse do prefeito, o presidente da associação relembra que a ASPR e o Sindicato reivindicaram essa reposição salarial pedida há quatro anos. Para isso, as duas entidades solicitaram  a redução dos salários dos CCs em 10% e dos cargos de secretário, prefeito e vice-prefeito em 20%, e manutenção de gratificação de atendimento hospitalar, além de outras medidas que ajudariam o executivo a propor um percentual de reajuste salarial para recuperação de perdas inflacionárias.

O pedido, no entanto, não foi atendido conforme o proposto. Ao invés disso, o Executivo entrou na Câmara com um Projeto de Lei, que dispunha sobre a reforma administrativa na Prefeitura de Resende, mas foi muito questionada pelo sindicato por elevar o valor da folha de pagamento, aumentando os cargos de alto escalão na prefeitura, medida repudiada tanto pelo sindicato quanto pela associação.

Esta foi a principal reivindicação da associação, que também tenta implementar a Lei do Piso do Magistério, que já vem sendo cumprida em municípios como Itatiaia, mas não em Resende. “Vamos entrar com processo amanhã (quarta-feira, dia 13), e até o Ministério Público vem acompanhando esse caso. Mais de 400 professores recebem abaixo do piso salarial nacional (Docentes I e II), e queremos que seja pago o salário dentro do piso e também o cumprimento de um terço da carga horária do professor para planejamento das aulas”, acrescenta Milton.

Ele também relembrou outras reivindicações da área da educação, entre elas a questão do Resenprevi. “Estamos há cinco anos lutando contra a prefeitura e o fundo previdenciário, para que o professor se aposente pela segunda matrícula. Estávamos perto de uma negociação, mas o prefeito recuou e então fomos a justiça. Preferível esperar dessa forma do que esperar a prefeitura resolver”.

Para 2018, o presidente afirma que a ASPR seguirá lutando ao lado dos educadores por todas as reivindicações citadas acima. “Para o próximo ano, retornaremos a nossa luta pelo reajuste salarial e paralelo a isso, ao plano de carreira e à descompressão da tabela salarial, já que ela está distorcida. Um exemplo é o fato de que um professor que entra hoje acaba recebendo um piso salarial maior do que um que vem se dedicando há anos ao magistério. Inclusive perdemos quase 10% a cada cinco anos, que era um ganho considerável para os professores”, completa Milton.

Fotos: Arquivo/Reprodução/APMR

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