Não é fácil conviver com pessoas não educadas

O genial escritor David Foster Wallace produziu um texto chamado “Uma coisa divertida que eu nunca mais vou fazer” e que se encontra em seu livro “Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo”.

Esse texto relata sua experiência em um cruzeiro na Flórida. Em um trecho, especificamente, eu me identifiquei absurdamente: “Existe algo de insuportavelmente triste num Cruzeiro de Luxo comercial. Como a maioria das coisas insuportavelmente tristes, parece incrivelmente esquivo e complexo em suas causas e simples em seu efeito: a bordo do Nadir – especialmente à noite, quando cessam as diversões organizadas, as gentilezas e o barulho animado no navio – eu senti desespero. (…)”

à noite, onde só se ver mar e mar, a solidão parece que envolve fagocitante e nos estrangula em seu silêncio. Em muitos momentos senti desespero e vontade de vir embora, embora tenha me divertido durante a maior parte do passeio.

Meu desespero não aconteceu bem à noite, mas se resumiu ao fato de eu ter sido testemunha de umas demonstrações de profunda falta de educação de alguns passageiros que se comportavam como se a comida do mundo fosse terminar. Avançavam, desperdiçavam, invadiam, desrespeitavam ordens e a organização.

Passam na frente, gritam. Imagine que ouvi, em um determinado momento em que iam trocar o arroz,: ” Estamos com fome, queremos comer”. Saí da fila e me postei bem distante daquela deselegância toda.

Não, não é fácil conviver. Não é fácil aceitar que as pessoas não são educadas o suficiente para viver em sociedade. Não é fácil conviver com o inaceitável.

Um próximo? Não quero pensar nisso, por enquanto. Estou um pouco enjoada com as marolas das vicissitudes humanas.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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