O ponto quebra-galho, há quatro anos, expõe usuário ao perigo

Lona que caiu em outubro não foi amarrada à estrutura

Desde que foi criado, com o objetivo de compensar as mudanças do trânsito local, o ponto de ônibus que fica na parte de baixo do Rodoshopping Graal, no bairro Paraíso (Resende) sempre apresentou problemas. Além de ficar no meio de uma via bastante movimentada nos horários de pico, sua estrutura – feita com uma sustentação de aço e coberta por uma lona reaproveitada, apesar de mais amplo que os demais pontos de ônibus de Resende, na verdade é tão inseguro como os demais.

A principal reclamação dos usuários entrevistados pelo jornal BEIRA-RIO é em relação às lonas, uma delas desabou há mais de um mês. A equipe do jornal esteve no local e observou que a mesma já foi recolocada no lugar, mas de forma precária, já que está solta e poderá cair novamente.

— Fico incomodada aqui quando chove, pois molha todo mundo, principalmente quando venta. Não há escolha, ou se esconde em frente à lanchonete ao lado do ponto ou se molha! – diz a dona de casa Maria Aparecida da Silva, moradora do bairro Campo Belo, na região das Barras e que costuma ir de ônibus ao Paraíso quando precisa ir ao médico na Policlínica.

Uma professora universitária que pediu para não ser identificada, e que eventualmente costuma usar o ponto para pegar o ônibus para trabalhar em Resende e voltar a Itatiaia, onde mora, também descreve o drama dos usuários. “Quando chove forte, fica complicado permanecer aqui. Ainda mais porque fica em conta pra eu usar o ônibus pra ir ao trabalho, é mais barato do que estacionar o meu carro em um estacionamento privado”, justifica a professora, que mora no município vizinho.

Um dos entrevistados, o cozinheiro Antônio Venâncio de Souza, que é funcionário da Graal, é usuário assíduo do ponto de ônibus, e resume tudo em uma só frase. “Nem é preciso falar, está uma vergonha! As pessoas ficam igual a animais, pegando chuva. É tudo precário!”, responde o morador de Itatiaia.

Já o ferroviário Fabrício Rodrigues, que mora em Resende, mas trabalha em Quatis, aponta outros problemas no ponto que vão muito além da lona mal colocada. “Vou todos os dias para Quatis, aqui é péssimo pra pegar ônibus entre 5 e 6 horas, já que costuma ainda estar escuro e aqui é mal iluminado, e isso dá medo de assalto na gente. Sem contar que a sinalização aqui é perigosa, pois tem veículos que passam muito próximos do ponto pra poderem ultrapassar outros carros, sem contar também o problema do mau cheiro que vem do esgoto”, acrescenta o ferroviário, que também citou o problema da chuva.

— Às vezes chove e quando você chega aqui no ponto, está lotado. E aí fica molhado e sofre com o calor (especialmente nesta época do ano). E aqui onde chove ficam várias poças d’água.

PROBLEMAS DESDE AS MUDANÇAS NO TRÂNSITO
Em julho de 2013, a Prefeitura de Resende realizou mudanças no trânsito das ruas do bairro Paraíso. O assunto causou muita polêmica e foi alvo de reclamações dos moradores do bairro. Antes das mudanças, o ponto de ônibus ficava na calçada ao lado da lanchonete citada e também era revestido por lonas. A mudança fez com que os motoristas fossem obrigados a dar várias voltas em torno do rodoshopping, e acarretou na mudança do ponto para o meio da pista.

Desde que foi mudado de lugar, o primeiro ponto de ônibus era uma simples tenda, que depois de três meses desabou sobre quem esperava os ônibus, em pleno dia de chuva. Na ocasião, a prefeitura providenciou a transferência da cobertura que ficava do lado da lanchonete para o lugar da tenda, e havia informado que haveria um terminal rodoviário, mas até o momento apenas a estrutura com as lonas está no local.

Em 2014, no mês de abril, já com a atual estrutura, o ponto de ônibus foi atingido por um veículo da Viação São Miguel depois que um motorista se aproximou do local para tentar ajudar no embarque dos passageiros sem que estes se molhassem por causa da chuva. Neste ano, mais uma vez os passageiros se depararam com problemas, depois que uma das lonas desabou em outubro. Em nenhum dos incidentes houve feridos.

A equipe do jornal entrou em contato com a gerência do Rodoshopping Graal. Questionada sobre a área utilizada pela prefeitura para colocar o ponto de ônibus, o gerente responsável diz que o assunto não compete ao setor, mas disse que entraria em contato com a empresa em São Paulo, que não tem assessoria de imprensa própria, para conseguir as respostas. Até o momento, a empresa ainda não respondeu à entrevista do jornal. Já a Prefeitura de Resende ainda não deu retorno sobre o problema envolvendo o ponto de ônibus.

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