Mais uma polêmica envolvendo arte

Mais uma polêmica envolvendo arte, museu, exposição, expressão e performance artística.

A bola da vez recai sobre o Museu de Arte Moderna – MAM – de São Paulo acerca da performance exibida na Mostra Panorama da Arte Brasileira, uma leitura interpretativa da obra obra “Bicho” da pintora e escultora Lygia Clark.

Nessa performance há um artista totalmente nu no centro da sala enquanto os participantes interagem colocando seu corpo na posição que desejam. Nisso, uma menina (acompanhada pela mãe – sic) toca os pés do artista e uma das mãos.

Oras, novamente não vou aqui questionar a arte e suas expressões, até porque sou uma apreciadora, mas perguntar se existe uma ingenuidade por parte dos curadores ou dos financiadores das exposições acerca do pensamento ultra tradicional do nosso povo. Depois da polêmica da exposição no espaço Santander, ninguém aprendeu nada sobre os tabus da nudez, do corpo, do sexo na nossa sociedade? Querem educar o povo à arte da noite para o dia, sem que se incentive o aprendizado?

No nosso país não aceitamos nem o topless na praia! O único topless que se permite é no carnaval e olhe lá! Genitália desnuda nem pensar. E arte é ensinada na escola e vista como sem sentido e sem necessidade, afinal, precisamos educar somente a ler e escrever e fazer continhas com virgula e sem vírgula.

Ou educamos o nosso país para a arte ou educamos para a arte. Se não for isso, nada mais poderá ser diferente.

E, por outro viés, vamos ponderar: se as pessoas esperam que artistas e os que lidam com a arte sejam sensíveis – a arte pressupõem sensibilidade, está faltando sensibilidade de fato, pois não percebem que questões culturais e de formação estejam enraizadas e sejam difíceis de vencer no tranco.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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