Uerj permanece de portões fechados

A Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) anunciou nesta segunda-feira, dia 31, que não voltará às aulas, segundo decisão tomada após a reunião do conselho da entidade. Ainda não há uma data para iniciar o primeiro semestre letivo deste ano.

Ruy Garcia Marques, reitor da universidade, afirmou que o motivo dessa decisão é a falta de condições para o retorno das aulas em virtude do atraso dos salários de funcionários, além também do pagamento de bolsas para estudantes da instituição.

Outro aspecto apresentado na reunião foi a falta de dinheiro de professores e alunos para se locomoverem até a universidade, impossibilitando assim a permanência das aulas.

O restaurante universitário ainda permanece fechado. De acordo com a entidade, já foram consultados mais de 50 empresas, entretanto, nenhuma quis participar da seleção para assumir o serviço de alimentação, pois temem não receber o pagamento do Governo do Estado do Rio. Somente os serviços terceirizados de limpeza e segurança continuam funcionando normalmente.

Abaixo, a nota da Reitoria:

Nota à comunidade

A Reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, ouvido o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas, reunido em 31 de julho de 2017, vem informar que, a despeito das reiteradas manifestações públicas em relação às precárias condições de funcionamento da Universidade, não houve qualquer progresso das negociações com o governo do estado do Rio de Janeiro nas últimas semanas.

As condições de manutenção da universidade degradam-se cada vez mais com o não pagamento das empresas terceirizadas, contratadas por meio de licitação pública: limpeza, vigilância e coleta de lixo estão restritas, além de o Restaurante Universitário permanecer fechado.

Somam-se a isso os atrasos salariais dos servidores técnico-administrativos e docentes da universidade (meses de maio, junho e – já nos próximos dias – julho, bem como o não pagamento do décimo-terceiro salário do ano de 2016), os atrasos no pagamento de diversas bolsas, de docentes e alunos, incluindo os cotistas, estes últimos especialmente punidos pela impossibilidade de deslocamento à universidade ou de condições mínimas para prover a própria subsistência.

O atraso salarial, cada vez maior, gera endividamento crescente, insegurança, angústia e situações de estresse incontroláveis, maximizadas naqueles que se veem impedidos até da simples compra de medicamentos para manutenção básica da saúde.

No primeiro semestre de 2017, em consideração aos nossos estudantes e à população fluminense, trabalhamos enfrentando todas essas adversidades que, a cada dia, se acentuam. Reconhecemos que, neste momento, não podemos mais aceitar tal sacrifício de nossos servidores e de suas famílias.

Atingimos um patamar insuportável que impede a universidade de bem exercer suas funções de ensino, pesquisa e extensão. Também o nosso Hospital Universitário Pedro Ernesto padece do mesmo problema e funciona com limitações quase impeditivas, diminuindo amplamente o atendimento à população.

Tal situação nos avilta, ainda mais, pela atitude discriminativa adotada pelo governo do estado do Rio de Janeiro, ao manter em dia, sem parcelamentos ou atrasos, os salários de muitos outros setores do funcionalismo.

Todo o quadro acima mencionado nos impõe a decisão de não dar início ao semestre letivo no dia 1o de agosto, conforme anteriormente previsto no calendário acadêmico. À medida que surjam novos fatos, voltaremos a nos manifestar acerca do início das aulas.

Adiar o início das aulas não é parar a UERJ! Nossa universidade permanece ABERTA e VIVA!

Fonte: Toda Palavra

Fonte: G1 – Globo.com

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