A sensação da semana

A sensação da semana ficou por conta da bailarina “plussize” Letticia Camacho, de 26 anos. Letticia é porto-riquenha e foi selecionada para o clipe de ‘Paradinha’, que é o novo sucesso da cantora Anitta, e foi rodado em em Nova York.

Não se pode negar o talento da menina que tem molejo, requebro e muita ginga. Mas por que uma bailarina plussize fez tanto sucesso? Obviamente por não se encaixar nos padrões para a função, padrões esses estimados pela sociedade. Quando se imagina uma bailarina, imagina-se uma pessoa magra e Letticia vai na contra-mão do esperado.

Depois de tanta ditadura da magreza observo um certo culto pelo modelo grande. Nasce uma admiração tão perigosa quando a perseguição pela silhueta sílfide de poucos tempos atrás. O modelo americano da perda das medidas avança mundo à fora.É o poder da globalização.

Concordo que as pessoas devem se sentir bem com seu corpo e buscar a melhor forma de se relacionar com ele. Atender às demandas, seja da moda, da sociedade, dos amigos, do grupo ao qual pertence ou frequenta, à família ou ao namorado (a) é extremamente prejudicial para a autoestima de qualquer pessoa. Devemos parar de buscar um padrão e cultuarmos a valorização do que temos. Contudo, é importante pontuar que a saúde deve sempre vir em primeiro lugar.

A filha de uma amiga disparou na balança porque o namorado gosta de “gordinhas”. O namoro ia bem e ela aumentava o número da calça, da camiseta, do sutiã. Um dia esse namoro acabou e para ela restou, além dos muitos quilos adquiridos, um colesterol nas alturas e alguns desequilíbrios orgânicos. Não foi difícil se autocriticar e pensar que “nunca mais ninguém ia gostar dela desse jeito em que se encontrava”. Oras, calma! Como dizia Mário Quintana, cuide do jardim para que cheguem as borboletas.

Todos sabemos que tanto a magreza alcançada a custas de redução alimentar sem acompanhamento nutricional quanto a obesidade por desleixo são altamente prejudiciais. Antigamente, ser gordinho era sinal de saúde. Hoje não é mais. E nem ser magro. Saúde é bem-estar e isso começa com a busca pelo equilíbrio em tudo o que nos propusermos a fazer. Não existe saúde no excesso, que aliás, como pontuava Aristóteles de Estagira, trata-se de um vício. O vício se encontra tanto no excesso quanto na falta.

Portanto, o ideal não é ser gordo e nem magro. O ideal é ter e buscar a saúde. Sempre.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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