Representante da empresa Transporte Urbano São Miguel, concessionária do serviço de transporte público de Resende se defende das reclamações sobre o transporte na cidade e critica falta de condições das ruas e do sistema “político” que muitas vezes predomina na prestação do serviço. “Só para se ter ideia, aqui alguém ligava para o Transporte e pedia para colocar um ponto de ônibus em determinado lugar. Se isso vai acabar vamos fazer transporte”, diz um dos diretores da empresa, João Duarte de Alvarenga Carvalho, durante a audiência pública realizada na Câmara Municipal, na quarta-feira, dia 03. Por algumas vezes, o sócio da empresa repetiu que sabe “fazer transporte” se deixarem ele fazer.
Algumas pessoas da sociedade civil se inscreveram e fizeram perguntas, mas a retórica de Duarte se resumiu à uma apresentação institucional sem detalhar as inúmeras reclamações que se acumulam nos últimos anos e fez questão de elogiar o prefeito Diogo Balieiro Diniz dizendo que vai atendê-lo nos pedidos que são: colocar nos próximos anos, até 2020, ônibus novos – que já é uma exigência prevista em lei desde 2003, inclusive no vídeo da empresa fala sobre os ônibus novos ingressando na frota anualmente, fazer um aplicativo dos horários dos ônibus e colocar wi-fi em alguns carros.
Duarte não respondeu a pergunta feita pelo jornal BEIRA-RIO sobre os balancetes e balanços patrimoniais da empresa que não são entregues ao Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (Comutran) por ocasião da solicitação do aumento da tarifa e nem há divulgação de onde esses demonstrativos podem ser encontrados. O Comutran analisa a planilha de custos da empresa e sugere uma tarifa, mas sem ter informação sobre o lucro da empresa.
Nem governo, nem vereadores, muito menos a empresa São Miguel fizeram referência à Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Resende, pertencente ao mesmo grupo da São Miguel e que serve de intermediária na venda de vales-transporte para o governo municipal. A São Miguel faz parte de uma holding, a Framafi Participações S.A., originalmente foi fundada em 1962, mas no início dos anos 2000 foi vendida para a Framafi.
O vereador Caio Sampaio (Rede) que convocou a audiência, disse ao término da reunião, que o encontro foi esclarecedor e apontou os próximos caminhos: “Acho que atendeu o que imaginávamos. Foi muito boa a audiência e já nos deu algumas respostas para acompanharmos e seguirmos com nosso trabalho”, comentou o vereador que convocou o prefeito e secretários. No início da audiência, Sampaio reproduziu o vídeo divulgado pela Prefeitura, na noite de terça-feira, dia 2, véspera da audiência, onde o prefeito Diniz diz que, a empresa São Miguel assinou um “compromisso que a obriga a apresentar um novo plano de reestruturação do transporte no município”. O prefeito não compareceu à audiência, mas secretários e assessores estiveram presentes. O secretário municipal de Governo, Élio Rodrigues da Silva Júnior (foto à esquerda) disse que a prefeitura pretende contratar uma empresa especializada para fazer um estudo sobre o trânsito na cidade, mas não disse quando ou como.
Os vereadores questionaram o grande número de reclamações sobre horários e condições dos veículos, o caso do ônibus de Engenheiro Passos, mostrado nas redes sociais, que parou por falta de combustível atrasando em duas horas a viagem dos moradores daquela localidade. Alguns vereadores também lembraram as condições de trabalho dos motoristas que vão acumular a função de cobrador e da possível demissão dos cobradores. Duarte garantiu que todos os cobradores que já têm carteira e quiserem fazer curso para motorista de ônibus a empresa vai assumir o custo e mantê-los no emprego, mas foi infeliz na comparação: “cobrador é como máquina de escrever. Vai acabar”, citando outros países onde não existe mais esse profissional no transporte público rodoviário.
Para o público presente abrir uma nova licitação daqui a três anos, quando vence o contrato da São Miguel é a melhor opção para a melhoria dos serviços, além de um planejamento de mobilidade urbana que tem que ser feito pela Prefeitura de Resende com a participação popular. “Esse moço da empresa, falou o que queria, ninguém debateu com ele e só falou em aumento. Disse que se o povo quiser ar-condicionado tem que saber que vai pagar mais. Mais? Como assim? Os vereadores estavam mais preocupados em elogiar o prefeito do que resolver a vida da população”, comentou Elizabete de Oliveira Cardoso, a Betinha, presidente da Associação de Moradores do bairro Paraíso.
O que o povo reclama:
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Péssimas condições dos ônibus que quebram com muita frequência ou estão com pneus como da foto acima
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Itinerários que não atendem
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Falta de cumprimento dos horários
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Mau atendimento dos motoristas
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Valor da tarifa
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Falta de fiscalização por parte da prefeitura
Empresa reclama de:
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Muitos quebra-molas e redutores de velocidade que prejudicam a manutenção dos veículos
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Falta de faixa exclusiva para ônibus
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O uso político do serviço
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Falta de planejamento do trânsito
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Buracos, pavimentação irregular das ruas ou falta de pavimentação
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As gratuidades
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Pichações nos ônibus
O que a prefeitura divulgou de melhoria:
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A São Miguel vai estudar como vai melhorar o transporte e entregar um plano no final de agosto
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Tem que colocar carros novos nos próximos anos
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Colocar wi-fi nos ônibus
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Fazer um aplicativo para smartphones para evitar que as pessoas fiquem muito tempo nos pontos
Enquanto nao houver mais empresas de onibus em Resende,NADA vai melhorar,porque não há concorrencia. COLOQUE MAIS EMPRESA PREFEITURA.
SE NESSES ANOS TODOS,SERVINDO DE FORMA PÉSSIMA A POPULAÇÃO RESENDENSE,NÃO SERIA AGORA QUE ESSA EMPRESA QUE É UMA PIADA RUIM IRIA DAR ALGUMA MELHORIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.EU COMPREI UMA BICICLETA PRA TRABALHAR POIS CANSEI DE RECLAMAR DA SÃO MIGUEL E NINGUÉM DO PODER MUNICIPAL OU ESTADUAL RESOLVEU PARECE QUE O DINHEIRO FALA MAIS ALTO NESSAS HORAS!!! VOTEI NO ATUAL PREFEITO QUE ELE PROMETEU COMBATER ESSE SERVIÇO PÉSSIMO DA IMPRESSA SÃO MIGUEL.