Água de escola imprópria para consumo

vigiagua1Na reunião do Conselho Municipal de Saúde de Resende na noite de terça-feira, dia 18, conselheiras avaliando os laudos feitos pelo Programa Vigiagua – que analisa a qualidade da água no município – constataram que a Escola Municipal Moacir Coelho da Silveira no distrito da Serrinha do Alambari apresenta contaminação por  Escherichia coli,  bactéria mais conhecida no termo “coliformes fecais”, e que tornam a água imprópria para o consumo. O problema, revelado durante a reunião é antigo, tem pelo menos cinco anos, mas este ano, já foram feitos dois testes, um em fevereiro, ante do início do período letivo, e outro agora, em abril, e ambos apontam as mesmas bactérias e o resultado: “impróprio para consumo humano”.

A conselheira Ana Lúcia Corrêa de Souza, representante do Comitê pela Transparência e Controle Social, perguntou porque até hoje não foram tomadas providências e os representantes da Secretaria Municipal de Saúde garantiram que todas as informações, assim que foram detectadas, foram repassadas para os responsáveis que são: da Secretaria de Obras, pois é a responsável técnica pelo tratamento da água, através da diretoria de saneamento, da Secretaria de Educação, da Amar e também da Agência Reguladora Sanear, responsável por fiscalizar, notificar e multar quando o problema não é solucionado. A conselheira argumentou que um problema como este, que coloca a saúde e a vida das crianças em risco, já deveria ter sido resolvido e que quatro pastas do governo municipal não conseguem e por isso encaminharia denúncia ao Ministério Público.

A coordenadora do Programa Vigiagua, Valéria Baracho, informou que foi feita na tarde da terça-feira, uma reunião com os responsáveis, mas que estes pediram ainda 30 dias para solucionar o problema, o que causou espanto em todos os conselheiros que acreditam que as crianças não podem ter acesso a água contaminada. Foi informado ainda que foram repassadas orientações para que a água seja fervida e filtrada, mas não há garantias que o procedimento esteja sendo feito. “A diretoria de Saneamento alega que precisa de um filtro que custar R$ 20 mil e que não têm recursos”, informou Baracho. Ouvida sobre o assunto, a também conselheira de saúde, Vani Vasconcelos da Associação Mulher e Ponto, sugere que seja fornecida água mineral: “Durante esse tempo quero sugerir que a Secretaria de Educação providencie água mineral para os alunos. A conselheira Ana Lúcia sugere que o pedido para fornecer água mineral seja estendido à Câmara Municipal que tem um estoque de fardos de água mineral que ocupa até o teto, duas salas de quatro metros quadrados cada uma. “O presidente Roque Cerqueira citou recentemente que achava um absurdo a antiga gestão ter comprado tantos fardos de água mineral, até porque o produto também tem validade”, comentou Ana Lúcia concordando com a sugestão da conselheira Vani.

O ambientalista Eliel de Assis Queiroz, morador da Serrinha, informou que o problema persiste há anos e que já foi feita denúncia ao Ministério Público que abriu um inquérito civil, o de nº 004/2017 que apura várias irregularidades: “Minha denúncia fala sobre a ausência de projeto de recursos hídricos previsto no Plano Diretor há mais de 20 anos, entre outros assuntos de agressão ambiental no distrito que é Área de Proteção Ambiental”.  Todos os cidadãos têm direito ao acesso aos resultados das amostras realizadas na água em vários pontos do município; inclusive o fontanário do Parque das Águas, que na última amostra teve resultado insatisfatório. Os laudos ficam expostos na recepção da Vigilância Ambiental que fica na Rua Paul Harris, nº 150, Centro, ao lado da Casa da Amizade (foto acima).

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.