Transporte não atende demanda de moradores no Parque Minas Gerais

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Sem vagas nas escolas próximas de casa, estudantes também sofrem com constantes atrasos e lotação dos coletivos

Com a entrega das pouco mais de 600 casas dos condomínios Tulipa e Gardênia pela Prefeitura de Resende através de um programa habitacional do Governo Federal, o número de moradores no bairro Parque Minas Gerais, em Resende, aumentou nos últimos meses. E esse aumento populacional gerou demandas para vários serviços prestados a eles, e um deles é o transporte.

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Claucilene (à esquerda) passa pelas ruas do bairro entregando papéis com horários de ônibus aos vizinhos. Na foto, a dona de casa conversa com Bruna, moradora do Tulipa

– Aqui no bairro, poucos contemplados pelo sorteio das casas dos condomínios não vieram de outros bairros, e devido a falta de vagas nas escolas daqui, os filhos são obrigados a usar a condução para estudar em escolas mais distantes de onde moram. O morador que começa a trabalhar às 6 horas, mesmo que viaje no horário das 5h30, chega atrasado porque trabalha na fábrica da Votorantim, que fica perto do Acesso Oeste e acaba tendo que pegar carona para chegar ao trabalho na hora certa (no sábado a situação ainda é pior, já que a primeira condução sai depois do horário de entrada no trabalho) – responde a dona de casa Cleiciane Cândido.

Ela mora há mais de 10 anos no Parque Minas Gerais, e também vem acompanhando o drama dos vizinhos. Cleiciane esteve na última reunião realizada entre a São Miguel, responsável pelo transporte em Resende e os moradores e representantes das associações de moradores dos bairros, no início deste mês. “Mesmo disponibilizando mais linhas de ônibus para atender aos moradores, os veículos da São Miguel têm ficado lotados nos horários de pico nos horários em que os meninos vão estudar. Mas algumas dessas linhas foram colocadas porque nós que somos mães reclamamos. O problema é que a gente não sabe se no ano que vem eles manterão essas linhas”, lamenta.

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Com problemas crônicos de saúde, Maria Anunciata é obrigada a antecipar saída de casa para ir ao médico, que atende no Manejo

Moradora do Condomínio Tulipa, a dona de casa Maria Anunciata Ribeiro terá que sair cedo de casa para fazer consulta médica, na próxima segunda-feira, dia 28. “Faço um tratamento para os ouvidos, e tenho que ir ao bairro Paraíso, e outro tratamento para os pulmões, e preciso ir ao Manejo. Nesse último caso, tenho consulta marcada para segunda-feira, e se eu deixar para pegar ônibus depois das 13 horas, ficarei atrasada e perderei minha vaga”, cita Anunciata.

A vizinha de condomínio, a dona de casa Bruna Micaele da Silva dos Santos passou o último final de semana esperando por quase uma hora o ônibus para o bairro Paraíso. “No sábado passado (dia 19), fui ao bairro Paraíso para pegar um fogão novo, mas eu e outras cinco pessoas ‘mofamos’ no ponto das 13 horas até quase 14 horas. Sábado, domingo e feriado são os dias que mais sofremos com essa demora”. Ela relata que sofreu ao viajar em ônibus lotados. “Um dia desses, um dos ônibus ficou parado naquela balança de pesagem dos caminhões (perto do bairro Jardim do Sol) e quase passei mal, pois o veículo estava lotado”.

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Quando não ficam pelo caminho devido à lotação dos carros (mais frequente na vizinha Morada da Barra), passageiros são obrigados a ficar em pé  (Foto: Grasiele Vitória Davi/Divulgação)

QUEBRA DE ÔNIBUS, ATRASOS E SUFOCO
Moradora do Condomínio Gardênia, a dona de casa Grasiele Vitória Davi também fala do problema da lotação dos ônibus. “Antes das famílias se mudarem para cá, esses ônibus já vinham lotados nos horários de pico. Agora só piorou. O ônibus daqui chegou a quebrar três vezes e deixou as crianças atrasadas e sem aulas, e pra completar o drama, tem motorista que sai correndo que nem desembestado, parece até que está tratando todos como gado”, cita a moradora, que três filhos, de 9, 13 e 14 anos, e chegou a registrar várias fotos no interior dos ônibus mostrando a situação dos passageiros.

A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com o gerente da São Miguel, Rodrigo Camargo, que confirmou a reunião realizada com a comunidade, no último dia 9 de novembro. “Fomos autorizados pelo Comutran (Conselho Municipal de Transporte e Trânsito), a criar horários extras para as linhas que operam na comunidade e ao mesmo tempo estamos monitorando os horários que são alvos de reclamação (entre 6h e 7h30, 11 às 13h e após às 17h30). Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para solucionar. A ideia é criar em breve uma comissão para seja avaliado o que é melhor para os bairros”, completou.

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One thought on “Transporte não atende demanda de moradores no Parque Minas Gerais

  1. No mirante da Serra onde moro….Só tem uma linha de hora em hora,e mesmo assim falha muito…Vergonha.

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