Outubro Rosa

Rosane é a mãe da Martina. Hoje, dia 20 de outubro, Rosane foi sepultada e Martina tornou-se órfã.

Rosane lutou bravamente contra um câncer de mama que produziu metástase pulmonar. Sua luta terminou no mês em que se intensifica o alerta, embora o cuidado deva acontecer durante o ano todo, durante a vida toda. OUTUBRO ROSA é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Em 1990, na primeira CORRIDA PELA CURA, realizada em Nova York, deu-se o início da campanha e, desde então, é promovida anualmente na cidade. Mas foi somente em 1997 que as entidades das cidades de Yuba e Lodi, também nos Estados Unidos, começaram a promover atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença. Então, escolheram o mês de outubro como epicentro das ações. Como trata-se de um mal que acomete mulheres do mundo inteiro, hoje o OUTUBRO ROSA é realizado em vários lugares do mundo.

No Brasil, as redes sociais se encarregam de veicular a campanha através de brincadeiras e com muito humor.

Mas não é brincadeira perder um ente querido. Não é nada fácil enterrar uma mãe jovem e cheia de vida.

Mês passado liguei para ela para cumprimenta-la por seu aniversário. Ela me contou das dificuldades enfrentadas, oxigenação artificial, mas que estava muito animada com o tratamento e muito esperançosa. Acreditava na melhora e na remissão total do mal, que não tardaria a acontecer. “Angela, venha me visitar! Combine com a Martina e venha para conversarmos, pois planejou suas férias para cuidar um pouco mais de mim. Graças a Deus, tenho uma filha amorosa e muito amiga. Ela é dedicada, não tenho do que me queixar. Minha filha é maravilhosa”.

A dor e o abandono são próprios de cada ser. Só Martina sabe o quanto se sente amputada e talvez sinta medo por saber que irá trilhar sua vida daqui para frente sem a presença de sua “princesa” (era assim que ela a tratava). Contudo, tenho noção do que ela está passando por também ter sido amputada de um ente querido, no caso, meu pai. Quem já perdeu o pai ou a mãe sabe um tanto do que Martina está vivendo nesse momento.

Rosane é mais uma que se despede cedo da vida. Martina é mais uma que se vê em profunda solidão no mundo nesse momento. E mais uma relação mãe e filha é abreviada por um mal que precisa ser entendido como tal e, dessa forma, tratado e combatido.

Meu profundo respeito por todas as guerreiras que enfrentam bravamente essa luta. Vencendo ou não. E minha admiração por todos que abraçam a causa, que lutam junto, que se comprometem a mudar o mundo. A vida precisa existir. Nem que seja na forma de esperança.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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