Há quatro anos, o proprietário de uma oficina e moradores da Rua João Ourique Ferreira, localizada atrás de um rodoshopping, no bairro Cabral, sofrem com as consequências de uma obra para a colocação de manilhas de uma rede de esgoto no local. “O esgoto está se acumulando no terreno em vez que correr dentro das manilhas da rede de esgoto, aí vira um pântano. A gente quer fazer um churrasco, um almoço e acaba sendo incomodado com esse fedor chegando em nossas casas”, reclama o eletricista Sérgio Alves da Silva.
Segundo ele e seu primo, o aposentado Ivanil Alves Silva, que mora na mesma rua, a Prefeitura de Resende realizou a obra no local, mas para que pudesse colocar as manilhas, o trecho da rua onde mora o aposentado chegou a ser quebrado, mas a obra provocou abalos na estrutura da casa de Ivanil (de número 87) e de um imóvel vizinho desocupado há 10 anos, além de derrubar o muro dos fundos de uma oficina. “Cheguei a reclamar na prefeitura que a calçada em frente a minha casa e o muro de minha casa também foram danificados, mas não foram consertados, só consertaram o muro da oficina do Andrade (Antônio de Andrade, proprietário da oficina)”, diz Ivanil.
Ainda assim, Andrade reclama do serviço. “Quebraram a parte dos fundos da minha oficina, o piso e o muro. Depois arrumaram o muro, só que sem as vigas de sustentação e não fizeram a reforma do meu piso cimentado”, relembra.
Pra piorar a situação, o esgoto tem retornado para a casa de Ivanil. “A caixa de esgoto da casa ao lado e os canos estão quebrados, e isso tem feito voltar o esgoto para dentro de minha casa”, conta o aposentado, que também reclama dos moradores de rua que ocupam o imóvel vizinho. “Aqui do lado tem uns oito moradores de rua, e tem hora que eles xingam e jogam restos de comida pela casa”. O primo pede uma solução para o problema. “Tem que ver se dá um jeito na situação desse pessoal, a prefeitura tem que tomar uma providência”.
A equipe do jornal BEIRA-RIO esteve na casa onde moram hoje os antigos proprietários do imóvel atualmente ocupado pelos moradores de rua. A mulher do proprietário, uma professora que preferiu não se identificar nem dar muitos detalhes sobre a desocupação, apenas contou como tiveram que sair do imóvel e sobre a atual situação em que vivem. “Tivemos que sair à força, isso foi há 10 anos. Depois disso, fomos notificados para que deixássemos a área reformada em três meses, mas não tivemos condições de fazer a manutenção do imóvel, já que na época meu marido foi mandado embora da empresa onde trabalhava”, disse.
Ela revela que até toda a família conseguir mudar para o novo endereço localizado em outra rua próxima a do antigo imóvel, há três anos, a professora, a mãe, o marido e o único filho tiveram que morar em casa de parentes e em uma casa oferecida pela prefeitura, mas diz que nunca tiveram ajuda para erguer a nova casa. Além disso, entraram na justiça contra a prefeitura pedindo indenização. “O caso segue correndo na justiça, estamos ainda aguardando uma resposta”, completa.
O jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Prefeitura de Resende, que informou em nota que vai apurar as alegações dos moradores e tomar as providências necessárias.
Foto da capa: Reprodução Google Maps