Foi preciso criar uma lei para que as mães tenham o direito de amamentar seus filhos em locais públicos. Oras, quando eu acho que em se tratando de bizarrice o mundo já extrapolou sua cota, vem mais essa.
Para mim, inadmissível que se precise de uma lei dessas: garantir o direito ao santo alimento uma pessoa indefesa que acabou de chegar o mundo. Qual a função do seio materno?
Vamos fazer um exercício de lógica dos mais simples. Vou apresentar um argumento, que é um conjunto de enunciados articulados entre si. Raciocine comigo:
– Todas as fêmeas dos mamíferos têm glândulas que produzem leite
– O homem é animal mamífero;
– Logo, o homem mama.
As duas primeiras premissas são enunciados válidos que resultam em uma conclusão verdadeira.
Se alguém é capaz de ler e entender, o que impede de aceitar que as mães precisam alimentam seus filhos porque a natureza as preparou para isso? Por que motivo deturpa a função primordial do seio materno? O que se passa naquela cabeça a ponto de pressupor tratar-se de uma aberração sexual? Quem tem a atitude doente nessa situação: a mãe que alimenta, por acaso?
Por mais que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde reforcem a recomendação da amamentação exclusiva até os 6 meses de vida e complementar até os 2 anos ou mais, as mães continuam sendo censuradas por esse incrível ato de amor, que só traz vantagens para as crianças – e que, do ponto de vista nutricional, é insubstituível.
Acho que todos os lugares deveriam oferecer às mães um lugar limpo e confortável para a amamentação. Mas somente e tão somente para que seu filho possa se alimentar de forma tranquila e sossegada, em um ato de doação sublime e abençoado. Entretanto, fica a critério da mãe usar ou não.
Essa história de “cubra o seio com um paninho”, “vá amamentar no banheiro”, e outras coisas que muito me arrepiam de pavor, deveriam ser amaldiçoadas cruelmente. Amamentei meu filho até quando ele quis. Também tive filhos de leite. Sinto-me feliz e privilegiada por ter-lhe proporcionado o melhor que podia e se hoje ele goza de boa saúde, atribuo em boa parte ao fato de tê-lo amamentado da forma correta. Onde ele quis e precisava.
Porque amor não se esconde, não se economiza. Amor se doa onde tiver que ser. Tudo mais que contraria essa afirmativa é insanidade.
Ângela Alhanati
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Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão
