PT de Resende pode sofrer intervenção da Executiva estadual

O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Resende pode sofrer uma intervenção do diretório estadual. O secretário estadual de organização do partido, João Maurício de Freitas, convocou uma reunião no sábado, dia 25, para tratar do caso, mas chamou o procedimento de “diálogos”.

– Estamos fazendo reuniões com o diretório municipal, mas não diria que é uma intervenção. Preferimos chamar de diálogos. Já houve uma reunião e na próxima semana haverá outra aqui no Rio de Janeiro, porque eles estão precisando se reestruturar, se organizar, mas ainda acho prematuro falar em intervenção. Na próxima semana deve haver mais informações – declarou João Maurício de Freitas.

Segundo informações a que o BEIRA-RIO teve acesso, algumas reuniões do partido não têm quórum para votações, uma parte dos integrantes da Executiva municipal não comparece aos encontros há meses, e nem se sabe onde ficam as atas do partido, que não são lidas nas reuniões, comprometendo a organização eleitoral do partido.

O presidente do PT de Resende, Júlio Vidal, também negou que o partido vá sofrer intervenção da Executiva estadual, mas confirmou que devido aos problemas da sigla, o regimento aborda essa possibilidade.

– Eu não fui comunicado de absolutamente nada. Existe essa possibilidade porque não há reunião de diretório há um tempão, há vários meses, o que dá margem para uma intervenção, mas politicamente não acredito. Está no regimento, mas para mim ninguém comentou nada, nem a Executiva estadual. Como o partido é democracia, tradição, colocam isso no regimento para que as pessoas que estão acima de nós na hierarquia do partido ossam vir aqui e questionar o que está acontecendo – avaliou Vidal.

Para ele, Resende não é o único município que passa por tais dificuldades e que a história pode ter vindo à tona “porque há outras forças dentro do partido”.

– Hoje não dá para falar que isso (intervenção) é um fato. Parece coisa de gente de direita. Não tem reunião de diretório mesmo, mas se isso for levado ao pé da letra das 92 cidades do Rio, em 90 vai ter intervenção. Politicamente há outras forças dentro do partido. Resende tem um posicionamento estratégico por conta da TV e acabam tendo outros interesses. Sobre intervenção aqui, liguei para a estadual e ninguém está sabendo de nada – resumiu.

O presidente do PT de Resende reconhece que o diretório municipal passa por dificuldades, mas analisa que outros partidos também tenham problemas parecidos.

– É uma dinâmica de desmotivação das pessoas mesmo. Elas perderam a motivação nos debates políticos de forma geral. Há um movimento interessante da população na rua de no almoço e café discutirem política, mas os partidos políticos não conseguem reconhecer, dialogar com essa sociedade. As pessoas não entendem os partidos como locais para levar essas demandas – concluiu.

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