“Primos” desde a obra da Câmara de Resende!

O escândalo envolvendo vereadores de Resende pode revelar novos desdobramentos nas próximas semanas. Há quem garanta, que o processo criminal está andando celeremente e que o desmembramento da peça criminal, o que foi sugerido nas entrelinhas pelo STJ quando da suspensão determinada no mês de abril a pedido do réu Ricardo Abud, é dado como certo. Isso significa que a Justiça de Resende deverá voltar a atuar no criminal, pelo menos dos réus que não têm foro privilegiado. Já os que tem esse privilégio, ou seja, os vereadores afastados Kiko Besouchet (PP), Bira Ritton (PP) e Casemiro Mirim (SD) continuarão no Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro.

Essa semana, um dos réus voltou a prestar depoimento no Rio de Janeiro o que indica que esses vereadores e muito provavelmente outros poderão, em breve, protagonizar os próximos capítulos das acusações que o Ministério Público vem investigando há mais de dois anos. São dois processos, um cível e outro criminal e apensado ao processo do MP está ainda o processo da obra da Câmara Municipal esse vai dar o que falar e pode puxar até ex-vereador que não conseguiu a reeleição em 2012. Não se reelegeu mas não foi abandonado pelos “primos”. Segundo uma fonte ouvida pelo BEIRA-RIO, primos era como os próprios vereadores se intitulavam e se tratavam quando o assunto era a obra da Câmara Municipal e, pelo menos, dois dos vereadores afastados estão imbricados nessa confraria consobrinus primu.

A nova presidência da Câmara Municipal de Resende tenta afirmar que está sendo transparente, mas não é bem assim, na verdade quase nada assim, pelo contrário, porque os projetos assim que são lidos em plenário, mesmo antes das votações deveriam deveriam estar no Portal da Transparência da Câmara. Portal aliás que não respeita a Lei da Transparência, incompleto e fora dos requisitos determinados em leis federal e municipal. Mas esse portal merece uma matéria especial e ela virá nos próximos dias. Também não são transparentes os servidores e assessores da Câmara que quando perguntados sobre alguma coisa parecem que são assessores de uma Câmara lá do Pará, porque sempre desconhecem o que está acontecendo. A Câmara de Resende tem dificultado o acesso aos projetos que entram em sessão, ou seja, deveriam ter um totem ou computador à disposição na recepção e os projetos ali para quem quiser copiar com um pen drive por exemplo, para acompanhar enquanto leitura e discussão, isso sim é transparência. E, no dia seguinte, publicado no Portal da Transparência, mas não. Fazem as pessoas pedirem e aguardarem semanas por uma resposta que pode ser dada imediatamente e permitindo assim o conhecimento e participação do cidadão. O que querem esconder?

Voltando aos primos lembro que a obra dessa Câmara Municipal além de uma extensa lista de irregularidades serviu de fachada para consolidar o poder de pelo menos um dos vereadores afastados entre seus pares, que não conseguiam – não conseguiam? – dar um passo sem sua “benção”. Pois bem, a interrogação anterior tem justificativa: encontros do vereadores afastados com os atuais vereadores são comuns. Sempre à noite, na casa de um ou outro ou ainda de amigos comuns. O assunto tratado nesses encontros? Bem… talvez sejam as receitas da Ana Maria Braga. Quem sabe? Muita gente sabe! E essa gente vai falar. Mais cedo ou mais tarde, vai falar.

Os “primos” vão revirar Eça de Queirós naquela terra de Santa Cruz do Douro. Luísa, nossa Resende querida, adoece. Tiremos as cartas das mãos de Juliana, meu povo. Ainda é tempo de salvar Luísa.

A história tem prazo de validade e se aproxima do fim, pelo menos é o que esperamos para breve. Muito breve!

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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