Sobre o estupro coletivo

Sobre o estupro coletivo da jovem de 16 anos ocorrido em uma comunidade no Rio de Janeiro:

1. Se ela estivesse em casa, nada disso teria acontecido. Ninguém é estuprada lavando louça.

2. Ela é o tipo de menina que usa shorts, barriga de fora, roupa curta, decotada e indecente. Fica provocando os homens na rua.

3. Se estivesse na igreja rezando, não teria sido vítima dessa atrocidade.

4. Também, olha só onde ela foi se meter!

5. O que uma menina de 16 anos faz na rua sozinha?

6. Mulheres têm que se proteger e não ficar dando bobeira por ai.

7. Se ela fosse mais família, isso jamais aconteceria.

8. Toda mulher tem a fantasia de ser forçada a fazer sexo.

9. Eu acho que a família tem que cuidar mais das meninas: prendam suas cabras que meu bode está solto.

10. Essas piranhas merecem isso mesmo. Estão pedindo. Deus dá o que as pessoas merecem.

Se você concorda ao menos com uma das afirmativas acima, você é engajado na cultura do estupro e reforça o pensamento de que a causa do estupro é o comportamento das mulheres.

Cultura do Estupro é achar que estupro é sexo. Não é sexo: é violência. Estupro é violência porque não há consentimento. Mesmo que a pessoa seja uma prostituta, ou que frequente orgias. O que ela faz com o corpo dela não justifica a violência do estupro. É banalizar o crime fazendo piadas machistas. É justificar uma atrocidade colocando a culpa em quem não tem.

É triste observar pessoas, por vezes muito estudadas e diplomadas, religiosas e que dizem ser tementes ao ser supremo achando que a mulher é a culpada por ser estuprada, quando a culpa do estupro é somente do estuprador. SOMENTE DO ESTUPRADOR!

Pare, pense, reformule. Cuide da sua alma, do seu caráter e da educação das pessoas. A próxima vítima pode ser você, alguém da sua família, alguém a quem você quer bem.

Mulheres que usam burca também são estupradas. Freiras dentro de conventos, alunas em campus de universidades renomadas. Estupro acontece dentro das igrejas, dentro das famílias, dentro de casa, em escolas e universidades. Em toda parte.

Lembre-se, por fim, que até os bandidos possuem um código de comportamento que abomina o estupro e a pedofilia. Até para os criminosos isso é imperdoável. E você culpa a vítima?

Ajude a mudar! Eduque os homens. Ensine-os a respeitar as mulheres

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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One thought on “Sobre o estupro coletivo

  1. Desde o acontecido, me questionava se existia realmente uma “cultura do estupro” no Brasil. Penso que o estupro ainda não é cultural por aqui, por exemplo como é no Congo onde 49 mulheres são estupradas por hora. Onde 22% dos homens também foram estuprados. Lá existe, sem dúvidas, uma cultura de estuprar. Homem só é homem no Congo se já tiver cometido esse crime, e inclusive, o primeiro estupro é caso pra comemoração.
    Até então, achava que no Brasil o estupro era mal visto pelos motivos errados: não vou ser estuprador, se eu for, vão me estuprar na cadeia. Mas nada de errado em olhar traseiros alheios, assobiadas, inferiorização da opinião feminina… Bem, era o que eu achava.
    Mas ao ver os criminosos brasileiros se gabando do que fizeram, começo achar que estamos fazendo muito esforço por aqui pra alcançarmos o Congo.
    Nossa realidade já é triste demais pra nos recusarmos a fazer o máximo. Apoio completamente qualquer iniciativa de reforma de pensamento.

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