O lançamento do filme “Jovens, Cidadãos Brasileiros e Seus Desafios”, dirigido pelo cineasta Vagner de Almeida, vai lembrar o Dia Internacional de Combate à Homofobia, neste sábado, dia 28, em Resende. O filme será exibido às 18h, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), antigo Gssan, e a entrada é gratuita.
A diretora de Cidadania da Secretaria Municipal de Relações Comunitárias de Resende, Fabíola Silva Lima, explicou que o evento é uma parceria entre a prefeitura e o IFRJ.
– O instituto veio para cá e como forma de atingir a população jovem souberam da coordenadoria de juventude e assim começou nossa parceria. Desta vez solicitamos o espaço para fazer o debate. O Vagner, que dirigiu o filme, já fez algumas atividades com a gente e no final do ano passado ele comentou que gostaria de fazer o lançamento do filme aqui. Pensamos no dia 17, que é o dia de combate à homofobia mesmo, mas ele estava fora do Brasil. Conseguimos para o dia 28 e haverá o filme e depois um debate.
O filme é um documentário produzido pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia) e fala sobre a rotina que jovens que convivem com o vírus HIV, sendo alguns homossexuais e outros heterossexuais. Por isso, Fabíola foi questionada sobre se a atividade não acentuaria a ligação que se fazia na década de 1980 entre a Aids e o homossexualismo, mas explicou que a sugestão foi do próprio cineasta.
– A gente sempre evitou abordar os dois assuntos juntos, mas o Vagner nos alertou que com isso paramos de falar sobre a Aids, até pela sobrevida que os pacientes da doença passaram a ter. E começamos a notar uma incidência da doença grande entre os jovens novamente, por isso desde o ano passado estamos falando da importância desse público também voltar a se preocupar com a prevenção e o cuidado com o corpo, assim como outros jovens – explicou a diretora de Cidadania.
Ela lembrou que a diversidade começou a ser tratada no município dentro da coordenadoria de juventude, que só abrange o público de 15 a 29 anos. Por isso, há três anos, foi criada uma coordenadoria específica para tratar da diversidade. O primeiro passo goi promover rodas de debate entre os jovens homossexuais e transgêneros para que eles levantassem suas principais dificuldades.
– Resende é uma cidade conservadora, por isso a gente buscou tratar a questão com bastante respeito para não expôr essas pessoas e escutá-los. Eles nos apontaram a necessidade de trabalho nas escolas com oficinas sobre a cultura de Paz e estamos fazendo isso nas instituições municipais e estaduais e nas particulares que nos convidam. Também temos a discussão do nome social e eles já podem ser atendidos por esses nomes quando chegam em unidades de saúde ou no Cras – relembrou.
Já entre os principais desafios para o público LGBT de Resende estão aqueles ligados à questão médica, como a cirurgia de mudança de sexo, chamada de “retificação de sexo”, e principalmente o controle e acompanhamento dos que tomam hormônio, e ao mercado de trabalho.
– Temos tentando negociar com o Governo do Estado para oferecer a cirurgia de retificação do sexo, pois aqui ainda se recorrer ao Rio de Janeiro para fazer, e a hormonização. Nossos jovens compram hormônio sem receita e isso faz muito mal. Estamos fazendo um levantamento para tentar proibir a venda nas farmácias e oferecer esses serviços de forma segura. A empregabilidade também é problema, especialmente para transgêneros, porque há empregadores que não os aceitam por serem trans homem ou trans mulher. Pedi ao pessoal da secretaria de Trabalho e Renda para tentar nos ajudar. O que é importante dizer é que existe uma coordenação que pensa políticas públicas para eles e com eles – concluiu Fabíola Lima.
Foto Vagner: Divulgação/Vagner de Almeida
