Sindicato critica proposta: 3% de reajuste

sindicatoO Sindicato dos Funcionários Públicos do Município de Resende criticou a proposta do prefeito José Rechuan Junior (PP) de 3% de reajuste aos servidores durante assembleia realizada na noite desta terça-feira, dia 3, no Centro Cultural Recreativo Resendense (CCRR). O pedido de reajuste de 17%, calculado com base na inflação dos dois últimos anos, era uma das 15 solicitações feitas ao prefeito durante a greve realizada no final do mês de março, que ocupou o Centro Administrativo da Prefeitura de Resende. O sindicato afirmou também que o prefeito descontou os dias parados e está perseguindo alguns servidores, apesar de ter se comprometido a não fazer isso em reunião realizada no dia 1º de abril.

– Negociamos uma coisa no dia primeiro e veio outra na contraproposta. O piso nacional dos professores, por exemplo, ele a princípio tinha dito que pagaria para Docente I, mas na contraproposta veio escrito que só se a prefeitura diminuir a folha de pagamento. O vale alimentação ficou acertado na reunião que ia abranger mais uns 400 servidores e na contraproposta apenas mais 200. O primeiro de abril se configurou o dia da mentira e o prefeito fez jus ao dia. O combinado é que não haveria perseguição aos grevistas e desconto por falta, mas ele retirou gratificações de algumas pessoas e no caso dos professores descontou os dias de quem aderiu à greve. A contraproposta do Executivo é horrível e reflete a imagem que ele tem do servidor como palhaço – lamentou o vice-presidente do sindicato, Georvânio Paulo da Silva Sousa.

Algumas propostas haviam sido feitas para atender todos os servidores e outras para suprir as demandas de algumas categorias, totalizando 15 solicitações. Georvânio, que recebeu a contraproposta encaminhada pelo prefeito, relembrou os servidores sobre o que havia sido pedido e o que foi encaminhado pela prefeitura, explicando as justificativas dadas na entrega das propostas e o presidente do sindicato, Marco Antônio Corrêa, o Marquinho, afirmou que as respostas levantaram ainda mais dúvidas sobre os contratos realizados pela prefeitura.

– Tem algo errado com a história do cartão alimentação, porque a Cristiane (Cristiane Gobbi, secretária de Governo) admitiu para nós que o valor contrato não é usado integralmente para pagar o cartão. Se não é, a empresa devolve? Provavelmente, a proposta que eles fizeram de incluir mais servidores neste benefício é com a sobra que não está sendo usada. Eu não sabia que o valor pago não era todo usado para pagar o cartão, mas o sindicato vai denunciar o caso ao Ministério Público – declarou Marquinho.

Servidores que participavam da reunião também comentaram que vêm tendo dificuldades com o governo municipal até mesmo para adquirir seus benefícios individuais. Ainda assim, eles relataram que os últimos acontecimentos de remanejamento e perda de benefícios de colegas os desmotivam a se manifestar.

– Até para receber os benefícios a que temos direito precisa abrir processo administrativo, não é automático. Para receber salário família, insalubridade. Quem não sabe que tem que abrir processo vai perdendo o benefício, porque quando a gente passa a receber ele não é retroativo. Abri processo de insalubridade e me concederam periculosidade, que é um percentual menor. E eles vinculam o percentual ao mínimo e não ao salário base, o que não pode – comentou uma servidora que preferiu não revelar o nome.

Ela também mencionou que há dificuldades em receber benefícios por especializações na área.

– Sou técnica e fiz uma graduação na minha área e poderia receber mais 30% no período de trabalho ou 50% ao aposentar e pedi processo primeiro pedindo ajuda de custo e depois o acréscimo desse percentual e o advogado da prefeitura me falou que poderíamos estudar em Harvard que não iríamos receber, que isso é só para médico que se especializa, que eu não posso por ser nível técnico. Recorri e a responsável pelo hospital segurou o processo três meses na mesa dela até sair o decreto – relatou a servidora.

Um colega, também da saúde, contou um caso parecido.

– Abri um processo de vantagem pecuniária em fevereiro, devido a cursos de especialização técnica voltados para minha área de trabalho, e nada. Fui lá e me convocaram várias vezes para eu responder porque precisava, como seria e depois baixaram esse decreto para não pagar e o processo parou – lamentou o servidor que também pediu para ter o nome preservado.

Após apresentar a contraproposta do prefeito, os representantes do sindicato questionaram se os servidores gostariam de deliberar sobre ela ou se preferiam marcar uma nova reunião para que mais servidores tivessem acesso ao oferecido pelo prefeito. Eles explicaram que o prefeito e sua família estão viajando, o que prejudicariam uma nova tentativa de negocação até o dia 10. Os servidores então preferiram marcar uma nova reunião para a próxima semana, a ser convocada pelo sindicato. A Prefeitura de Resende foi questionada sobre as críticas feitas pelo sindicato e o BEIRA-RIO aguarda as respostas.

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