Domingo foi um dia em que a nação brasileira se sentiu profundamente envergonhada

Domingo foi um dia em que a nação brasileira se sentiu profundamente envergonhada. Independentemente da posição em relação ao pedido de impeachment da presidenta Dilma, ou seja, ser a favor ou contra, foi unanime a perplexidade que atingiu a população após assistirem à sessão na câmara dos deputados. Para começar, nenhum deles respeitou o limite de tempo destinado ao voto que seria de dez segundos. Ao se aproximarem do microfone, o que se ouviu foi um show de horrores, um espetáculo de aberrações que explicitou o escárnio que sabíamos ser constituída a política brasileira.

As câmeras do mundo todo que estavam voltadas para esse importante momento político puderam registrar a ignorância, a falta de postura, a falta de objetividade política e de interesses pelo bem da coletividade explícitas no discurso de quem é eleito pelo povo brasileiro e em seu nome exerce o poder. Uma vergonha. Uma vergonha! Me matou saber que cada um deles só estava lá porque o povo brasileiro o elegeu. Eles chegaram ao microfone pelo voto direto.

E o que nos restou de lição é constatar que não sabemos votar, que nossos parlamentares não representam ninguém além de suas famílias e igrejas. Aliás, representação nesse caso nunca é exatamente o que se espera, pois vem impregnada de interesses de empresas, grupos religiosos e muito dinheiro nas campanhas. Espero, sinceramente, que as pessoas aprendam que o voto é um instrumento conquistado arduamente pelo Estado de Direito e que não podemos abrir mão dele. Que é uma coisa muito séria e que eleger nossos representantes deve significar, por definição e ideologia, a representatividade legitimada dos nossos anseios e dos nossos ideais de democracia e civilidade, justiça e bem-estar.

Consigo entender que as pessoas da sociedade civil que pediram pelo impeachment da Presidenta Dilma – embora continue achando que é golpe, essa é minha opinião – tinham as melhores das intenções e que o que procuram é um país ético e justo. Que estão fartas de ouvirem falar em roubalheiras e corrupções, impunidade e injustiças.

O que não consigo entender é que nosso povo não consiga abrir os olhos e enxergar que continuam legitimando farsantes e corruptos, que voto de protesto é a pior coisa que podem fazer assim como anular esse direito ou votar em branco.

Pensem muito bem em quem vai votar. Essa pessoa precisa trabalhar para a sua sociedade, para o seu país e para a nação brasileira. Ela vai receber um salário pago pelo seu bolso e vai ficar, ao menos por quatro anos, onde você o colocar.

O sonho de um Brasil melhor me move e a esperança utópica de que seremos um dia maduros politicamente se transforma em um horizonte que me faz caminhar e seguir em frente.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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One thought on “Domingo foi um dia em que a nação brasileira se sentiu profundamente envergonhada

  1. Além de saber como votar, é preciso compreender que impeachment não é golpe, é um ato administrativo estabelecido pela CF88 Art. 85. Incisos V, VI e VII a qual a atual presidente não respeitou caracterizando crime de responsabilidade, em outras palavras, vc é um comerciante e contrata um gerente e diz a ele que ele não deve, jamais, ir ao banco pedir empréstimos sem a devida autorização do dele, no caso o dono e ainda sim o faz, como o dono da loja deveria proceder? Acredito que seria demissão, pois bem é a mesma coisa com a atual presidente. Além de sabermos em quem votar, devemos ver que muitas das vezes o voto de legenda oculta esses políticos e acima de tudo estar informado a respeito da atual situação, bem como estar ciente das leis constitucionais e das leis administrativas, pois irá cair no erro de defender corruptos, por isso “afirmo” não vai haver golpe o que há é impeachment, sem falar que a própria presidente não afirmou sobre sua teoria de golpe, hoje 22/04/16 na ONU, pois ela mesma sabe que não é, pois é algo previsto constitucionalmente, dentro de um país democrático, ainda não somos uma Cuba!

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