Professores do Estado do Rio de Janeiro decretaram a greve

Os professores do Estado do Rio de Janeiro decretaram a greve da categoria na quarta feira dia 02. Não deve ter sido nenhuma surpresa para quem acompanha as notícias ou sofre na pele o descaso das autoridades. Entretanto, chegar a esse ponto é desesperador. Nenhuma categoria decreta estado de greve sem antes passar por infinitas tentativas de negociação a fim de melhorar as situações que considera adversas para a prática do trabalho a que se propõem.

Em geral, greve de professor sempre dura mais do que deve e a curto prazo ninguém sente os efeitos deletérios que produz. Dia a dia, ano a ano a educação deteriora em esquecimento e descaso. Sempre muito lembrada em ano eleitoral e muito citada como prioridade em programas de governo, na prática, nunca é tratada como deveria ser.

Quem tem um pouco mais de folga financeira decide pagar por um ensino particular ao invés de ir às ruas lutar pelo o que é seu de direito. A escola pública não é gratuita. É pública por ser de todos, mas custa muito caro. Os recursos para a educação existem, mas nem sempre chegam ao destino por se perderem em tramoias e maracutaias, práticas corruptas e corriqueiras nessa pátria que se diz educadora.

As escolas estão sujas, mal tratadas e mal cuidadas. Os professores são muito, muito mal remunerados; falta merenda e o mínimo de material para a prática educativa.

O que me entristece é observar que todos que deveriam cuidar da educação passaram por uma escola e sabem o quanto mal faz a falta investimentos para uma educação de qualidade. Saber que nenhum deles matricularia seus filhos na escola pública, mesmo sabendo que lá estão professores que foram filtrados, pois passaram por um concurso; são qualificados e capacitados.

É triste olhar para os estudantes e enxergar possibilidades que não poderão ser plenamente exploradas e desenvolvidas porque políticos inescrupulosos se importam mais com fogos de artifício, samba e carnaval, obras faraônicas superfaturadas. Contudo, é mais triste ainda constatar que as pessoas de uma maneira geral não cobram seus direitos, não lutam por uma escola pública melhor ou mesmo por melhorias para a educação, apesar de ter precisado do conhecimento produzido pela escola para ler esse texto que agora lhes escrevo.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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