A falta de transparência do governo do prefeito de Resende – cassado, governando sob liminar – José Rechuan Junior associada à procrastinação que a burocracia pública permite e uma boa dose de insensibilidade e sabe-se lá – espero que as autoridades competentes estejam mais atentas – uma intenção de desequilibrar a Administração Pública estão levando ao esgotamento de diversos setores e em especial, da pasta da Saúde. Minha proximidade, por ser conselheira de saúde, me faz olhar a situação sob um aspecto catastrófico. Não fosse a dedicação de profissionais comprometidos, a política pública de saúde de Resende já teria cantado pra subir. Acredito que a atuação do Conselho Municipal de Saúde também não permitiu até agora a agonia derradeira, mas de fato, temo o pior nos próximos meses, quando vemos o total descaso do governo com essa área. Ficou famosa a entrevista do secretário de Obras dizendo que a prioridade do governo é a Saúde e depois a emenda pior que o soneto do secretário Daniel Brito, possível candidato a prefeito (é a preferência de Rechuan, contam os íntimos) afirmando que o governo tem voltado esforços para a saúde. Não. Não tem!
Na reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde no dia 16, foi lido um relatório e aprovadas 16 recomendações (conheça todas no link bit.ly/1TspWl6) à Secretaria Municipal de Saúde para atender questões urgentes que estão comprometendo qualidade do atendimento no Hospital de Emergência. Pior do que isso, desmontando toda a estratégia construída para um atendimento de emergência que nos últimos anos se consolidou na região, ainda que problemas pontuais se destacassem resultando insatisfações. Mas agora, a situação beira o caos. A insatisfação está generalizada, a começar pela maioria dos servidores públicos desta unidade de saúde que reclama da falta de condições de trabalho e não cumprimento do estatuto. Sem isonomia, tendo que entrar com requerimentos para receberem o que é de direito, assistindo médicos serem privilegiados com gratificações, boa parte das equipes do Hospital está desmotivada. A situação só não é pior porque felizmente, a maioria tem comprometimento e responsabilidade. Não fosse isso, a “prioridade” de Rechuan já teria ido para o brejo.
Por que a situação chegou a esse ponto? Simples. O Hospital de Emergência sempre foi um ninho de troca e favores político-eleitorais. Há um grupo de Ccs (cargos comissionados) que não estão nem aí para a questão da saúde e/ou para as determinações do secretário Daniel Brito, porque sabem que as costas são aquecidas pelo mandatário maior. Ele mesmo, o prefeito Rechuan. No final do ano passado, quem recorda que o prefeito resolveu despachar no Hospital alguns dias? Fez reuniões com seu seleto grupo de confiança e tentou conquistar outros. Tudo para manter o manto das intenções políticas vivo e isso, não tenho dúvida de afirmar, é um dos maiores prejuízos do Hospital. Penso que os candidatos a prefeito deveriam incluir na sua pauta o comprometimento de acabar com esta politicagem desastrosa para um serviço tão essencial como é a saúde.
Percebo que nos próximos dias, parte dos servidores do Hospital poderão considerar a possibilidade de paralisação de suas atividades. Já ouço rumores neste sentido. Há um déficit grande de profissionais que precisa urgentemente ser resolvido, mas como o prefeito vai chamar concursados que ainda aguardam este ingresso se a folha de pagamento está no limite? Olha elaaaa!!!! Olha a folha de pagamento do governo Rechuan!!! Todos deveriam voltar sua atenção e tempo a observar o absurdo que este governo fez com a folha de pagamento hoje inchada, a ponto de implodir a Administração Pública. Uma total e completa irresponsabilidade. Não me surpreendo, pois espero até coisas bem piores desse governo que em especial, desde a reeleição, demonstra com suas atitudes e descasos ter compromisso com o poder e não com os princípios públicos.
Sobre a folha de pagamento… olha elaaaa!!!! vamos tratar com mais detalhes em reportagens especiais no link do nosso site (bit.ly/1TspWl6).
Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br
