O jornal BEIRA-RIO teve acesso a novos documentos do Dossiê Cruz que mostram situações graves de improbidade administrativa. Em um dos casos, páginas do processo administrativo original de reforma da Escola Municipal de Campo Alegre (fotos) foram trocadas e substituídas por outras, o que também configura crime de falsidade ideológica. Em outro, uma licitação foi realizada com a obra já em andamento, demostrando que a empresa que executaria a obra era conhecida antes de a concorrência ser realizada.
O Dossiê Cruz foi elaborado pela arquiteta Sheila Cruz durante o tempo em que passou fiscalizando obras da Educação a pedido da então secretária Municipal de Educação, Rosaly Azevedo. Ao verificar irregularidades, a arquiteta passou a levantar documentos para posteriormente apresentá-los ao Ministério Público Federal (MPF) com o intuito de que fossem investigados, o que fez em 2013. Entre as nove obras mencionadas no dossiê estão as das creches da Morada do Contorno, que teve parte da marquise desabada em novembro de 2014, e da Morada da Barra, que foi denunciada pelo vereador José Olímpio (PCdoB) com tendo problemas técnicos semelhantes ao da creche que desabou.
— A gente escuta coisas referentes ao serviço público, mas quando está no meio custa a acreditar no que vê e ouve. No início pensei que estava paranoica, até a ficha cair e eu resolver investigar. Entrei em abril e em novembro comecei a investigar minhas suspeitas de que havia irregularidades naquelas obras – lembrou Sheila Cruz.
Fotos: Sheila Cruz
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