A falta de um objetivo comum é a marca da concentração dos protestos contra o governo federal, na tarde deste domingo, dia 12, em Resende. Isso porque, embora alguns dos manifestantes usem camisetas com dizeres “fora Dilma”, cada um deles alega um motivo diferente para estar na passeata. Além disso, há dois grupos organizando eventos semelhantes e mesmo dentro destes grupos poucos sabiam dizer a que horas a concentração iria começar.
Primeiro a chegar a um dos locais de protesto, às 13h, Antônio Albino, o Velho do Lago, afirmou que protestaria contra a corrupção e violência do Brasil.
– Protesto contra a corrupção, a violência e o que estamos vivendo nestes dias, que é a perda da moral, respeito e civilidade. Estamos lutando para resgatar isso. Não é contra o PT, é contra a classe política e todos os partidos envolvidos – explicou o Velho do Lago.
Já João Verneque, que acreditava que o protesto seria às 13h45, iria protestar em defesa dos professores de Educação Física.
– Estou aqui para que o congresso não dê andamento a um projeto que permite que os professores de Educação Física do 1º ao 5º ano não sejam formados em Educação Física, queremos que seja obrigatória a formação e que o governo faça de tudo para que não aprovem esse projeto. Não tem nada a ver com a Dilma, é porque essa manifestação dos profissionais de Educação Física também está acontecendo em outros lugares – detalhou Verneque.
Um dos organizadores de um dos dois movimentos diferentes, Renato Serra, disse que seu grupo ia além do Fora Dilma e que, pessoalmente, era contrário ao sistema. Ele criticou o excesso de cargos comissionados no país, inclusive em Resende, e disse que o povo não deveria terceirizar a democracia, que precisava ser responsável pelas decisões. Ao ser questionado sobre temas do Congresso, contudo, se contradisse ao responder que “lei quem tem que discutir são eles”, referindo-se aos deputados. Serra esclareceu ainda que a principal diferença entre seu grupo e o outro, era que os outros organizadores da manifestação eram cargos comissionados da prefeitura de Resende.
Julio Reymão, organizador da outra manifestação, negou que seu grupo fosse composto apenas por cargos comissionados, mas lembrou que não iriam se posicionar contra o prefeito José Rechuan Junior (PP), porque a manifestação era nacional e não local. Apesar de em outras manifestações pelo Brasil o público deste protesto estar sendo bem menor em relação ao primeiro, o grupo de Resende acredita que desta vez o público será maior.
Por volta das 14h, haviam cerca de 20 manifestantes juntando os dois movimentos. Para promover a segurança do evento, o capitãoVaz, da Polícia Militar, afirmou que 30 policiais e cinco viaturas fariam a segurança da passeata, que deve começar após às 16h.
