No último dia 14, quando a equipe do jornal BEIRA-RIO entrevistava o presidente do rancho resendense Chuveiro de Prata, Claudionor Rosa, para uma matéria publicada na semana passada, o mesmo aproveitou para comentar sobre uma das novidades para o próximo carnaval na Marquês de Sapucaí. E nada tem a ver com as contratações do carnavalesco Paulo Barros ou da cantora Cláudia Leitte pela Mocidade Independente de Padre Miguel.
— A gente parabeniza o presidente pela ousadia, pois eu, como sambista, fiquei emocionado com isso. Se faz tão pouca homenagem com samba, tanto que achei que foi uma forma diferente de relembrar o Luiz Carlos, que está fadado a cair no esquecimento. Agora vamos torcer para que a escola fure o bloqueio do júri do Grupo Especial, que tem sempre o hábito de rebaixar a escola que sobe para o grupo no carnaval do ano anterior – fala Claudionor.
Ele está se referindo à escola de samba Unidos do Viradouro, de Niterói, campeã carioca no ano de 1997, ainda nos tempos do carnavalesco Joãosinho Trinta, que retorna à elite após cinco anos. Um momento que o seu atual presidente, Gusttavo Clarão, achou oportuno para tentar fazer a diferença na avenida: homenagear o amigo, o cantor e compositor Luiz Carlos da Vila, morto em 2008.
— Eu, como compositor, tenho o Luiz Carlos como referência. A ideia deste enredo vem sendo estudada desde 2011. Em várias conversas com o carnavalesco e com outras pessoas, tivemos a oportunidade de colocar em prática. Daí criou-se a ideia de adaptar as músicas e fazer o samba. Vamos ousar – revela Clarão.
Confira as opiniões dos internautas sobre o samba-enredo da Viradouro clicando aqui.
A canção é resultante da junção de dois sambas, “Nas Veias do Brasil”, sucesso na voz de Beth Carvalho, e “Por Um Dia de Graça”, interpretado por Simone. Confira então as duas músicas e a versão para samba-enredo:
– “Nas Veias do Brasil”, interpretada por Beth Carvalho
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Os negros
Trazidos lá do além-mar
Vieram para espalhar
Suas coisas transcendentais
Respeito
Ao céu, a terra e ao mar
Ao índio veio juntar
O amor, à liberdade
A força de um baobá
Tanta luz no pensar
Veio de lá
A criatividade
Tantos o preto velho já curou
E a mãe preta amamentou
Tem alma negra o povo
Os sonhos tirados do fogão
A magia da canção
O carnaval é fogo
O samba corre
Nas veias dessa pátria-mãe gentil
É preciso a atitude
De assumir a negritude
Pra ser muito mais Brasil.
– “Por Um Dia de Graça”, interpretada por Simone
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Um dia, meus olhos ainda hão de ver
Na luz do olhar do amanhecer
Sorrir o dia de graça
Poesias, brindando essa manhã feliz
Do mal cortado na raiz
Do jeito que o mestre sonhava
O não chorar
E o não sofrer se alastrando
No céu da vida, o amor brilhando
A paz reinando em santa paz
Em cada palma de mão, cada palmo de chão
Semente de felicidade
O fim de toda a opressão, o cantar com emoção
Raiou a liberdade
Chegou o áureo tempo de justiça
Ao esplendor, do preservar a natureza
Respeito a todos os artistas
A porta aberta ao irmão
De qualquer chão, de qualquer raça
O povo todo em louvação
Por esse dia de graça
– Os dois sambas após a fusão feita pelo presidente da Viradouro, Gusttavo Clarão, na voz do intérprete Zé Paulo Sierra:
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Os negros
Trazidos lá do além-mar
Vieram para espalhar
Suas coisas transcendentais
Respeito
Ao céu, a terra e ao mar
Ao índio veio juntar
O amor, à liberdade
A força de um baobá
Tanta luz no pensar
Veio de lá
A criatividade
Em cada palma de mão, cada palmo de chão
Semente de felicidade
O fim de toda a opressão, o cantar com emoção
Raiou a liberdade
Tantos o preto velho já curou
E a mãe preta amamentou
Tem alma negra o povo
Os sonhos tirados do fogão
A magia da canção
O carnaval é fogo
O samba corre
Nas veias dessa pátria-mãe gentil
É preciso atitude
De assumir a negritude
Pra ser muito mais Brasil