Segundo dia de sabatina da CDL é menos voltado para o município

Se na primeira rodada das sabatinas realizadas pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Resende) Jovem os candidatos se voltaram diretamente para a região, dando a impressão de já estarem ensaiando para as eleições municipais, os candidatos do segundo dia apresentaram um padrão completamente diferente. Os candidatos a deputado federal Alexandre Serfiotis (PSD) e Cristiano Gonçalves (DEM) e estadual Ana Paula Rechuan (PMDB) se esforçaram para mostrar real interesse nos quais a que disputam vagas e alinhamento com as políticas em andamento nas assembleias legislativas.

O primeiro sabatinado foi Alexandre Serfiotis que afirmou que deseja ser deputado estadual pela necessidade da Região das Agulhas Negras, sem um nome há mais de 20 anos, e que vem trabalhando no projeto desde a eleição majoritária passada, após perceber as necessidades dos municípios devido à experiência do pai, Jorge Serfiotis, que foi prefeito de Porto Real.

— Percebi uma série de dificuldades que os municípios têm em conseguir apoio junto ao Governo Federal, principalmente quando fui secretário de Saúde e surgiu o convite dos políticos da região para que ajudasse a recuperar o tempo perdido e me aproximasse do Governo Federal. Isso começou em 2010, quando fui candidato pela primeira vez e não abandonei essa ideia. Aceitei encarar o desafio, tanto que não me candidatei há dois anos, aguardando por esta eleição – declarou o candidato.

Ele afirmou que, assim como acredita que sua família fez em Porto Real, deve buscar um trabalho prático, com pouca burocracia, e disse que é desta forma que os eleitores são conquistados. Por isso, embora assuma que possa ter tido material de campanha apreendido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) durante as fiscalizações realizadas principalmente em Resende, acredita que a atitude não fará diferença, porque o que conquista o eleitor é a prática e a campanha de rua.

— Não sei se tinha placa minha junto com o material que foi apreendido em horário irregular, mas é possível porque esse tipo de ação fica por conta de uma equipe de trabalho, sob a qual não temos controle. Placa não garante voto, o que garante voto é estar na rua com as pessoas. O que conquista o eleitor são as ideias, o trabalho, as visitas – avaliou.

A candidata seguinte, Ana Paula Rechuan, também foi questionada sobre a questão do excesso de placas pela cidade causando poluição visual, principalmente pelo fato de a gestão de seu marido, o prefeito de Resende José Rechuan (PP), ter proibido o excesso de propagandas nas fachadas dos estabelecimentos comerciais, alegando poluição visual.

— A gente precisa combater a poluição visual e melhorou. Há seis anos era muito confuso e prejudicava o próprio comércio. Sobre as placas, a Justiça Eleitoral não tem uma ordem muito clara, cada cidade é uma ordem e tem muitas pessoas que colocam placas voluntariamente e a gente nem sabe, mas no geral o que tem de placa é permitido pela Justiça Eleitoral. É poluição visual sim, mas é o momento político. A gente não pode deixar de divulgar, isso passa e fica o benefício, como uma obra – justificou a candidata.

Ela também aproveitou quase todas as perguntas da sabatina para enaltecer a gestão de Rechuan, dizer que lutou junto com ele por vários projetos e falar sobre as premiações que ele recebeu. Questionada ainda sobre sua falta de experiência, lembrou que o marido também não havia experimentado a vida pública ao ser eleito pela primeira vez e que não lhe falta vontade.

— O Rechuan não tinha experiência com a vida pública, mas tinha vontade de realizar. A experiência parte da vontade e isso eu tenho. Sei que vou enfrentar muitas barreiras, mas sou mulher e tenho vontade de lutar. A gente está entrando para modificar a vida das pessoas, se não achasse que é possível não estaria aqui tão disposta a aprender. Sou humilde, vou conseguir – declarou a primeira dama de Resende.

Também sem experiência em cargos eletivos, Cristiano Gonçalves vai ainda mais longe ao tentar conquistar uma vaga na Câmara dos deputados, em Brasília. Segundo ele, não há nenhuma regra que o impossibilite de concorrer e suas experiências como cidadão, desde a infância, o ajudarão.

— Sou candidato porque não encontrei na nossa região nenhum candidato que defenda as propostas que eu defendo. Não há nenhum manual que determine que primeiro preciso ser vereador, depois prefeito, depois deputado estadual, federal, senador, presidente… Sou um coaching e o que faço é quebrar os padrões. Além disso o que minha profissão mais faz é escutar. Isso me deixa pronto para representar as pessoas. Discuto a representatividade que se perdeu, vou representar as pessoas e para isso preciso saber ouvi-las, separo a vida profissional do cargo de representatividade – defendeu Cristiano.

Embora tenha algumas ideias e propostas de projetos, mencionados durante a sabatina como fizeram outros candidatos do mesmo dia, ele acredita que o principal é representar o desejo das pessoas. Esse, aliás, será sua ferramenta para combater o que chama de incoerências do sistema político nacional.

— Sei que tem o sistema de compensações, mas se penso em fazer mudanças tenho que ser diferente. Por isso não coloco multidões nas ruas pedindo votos, não coloco placas, carros de som. Meu partido me ofereceu, meu candidato a governador também, mas tenho que começar a mudança já como candidato. Quando quiser uma mudança ousada que possa beneficiar o povo, vou para a imprensa, mídia, redes sociais, vou conclamar a população a aprovar a ideia. Não preciso ser refém do sistema político, é mais fácil produzir o enfrentamento e o povo é que pode fazer isso. Esse sistema não vai ser eliminado pelo político, mas pela sociedade (…) Durante as manifestações de junho de 2013 a sociedade mostrou que está sofrendo, mas não sabe onde está o remédio – acrescentou o candidato.

Nesta sexta-feira, dia 26, se encerra a sabatina promovida pela CDL Jovem, em que diretores fazem perguntas a candidatos da Região das Agulhas Negras. Na terceira rodada serão entrevistados os candidatos a deputado estadual Irâni Ângelo (PROS) e Sandra Nascimento (Solidariedade) e a deputada federal Hevelyne Siqueira (PSB). A primeira sabatina aconteceu no dia 24 e os entrevistados foram os candidatos a deputado federal Silvio de Carvalho (PR) e estadual Gláucio Julianelli (Psol).

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