Fórum sobre Segurança Pública em Penedo

Quando a Democracia foi criada por Clístenes lá na Grécia Antiga ela compreendia um sistema em que todos aqueles considerados cidadãos se reuniam para debater os temas que eram pertinentes à sociedade em que viviam. E foi exatamente com esse intuito que foi criado o grupo Amigos de Penedo, que realizou seu primeiro Fórum de Cidadania na tarde do dia 16, reunindo autoridades municipais e policiais para discutir a Segurança Pública de seu bairro. O encontro foi realizado no Galpão Espaço Mix (foto) e teve a participação de cerca de 50 pessoas.

— Foi um encontro muito positivo e saiu todo mundo de lá feliz com a possibilidade de uma conversa mais estreita, mais próxima, mais ativa na sociedade – avaliou Cristina Silva Biolchini, uma das coordenadoras do grupo.

Ela explicou que os principais integrantes do Amigos de Penedo já participavam de um grupo virtual que existe há dois anos e que eles sentiam falta de uma atividade mais direta e até mesmo de se conhecerem pessoalmente. Por isso, criaram um novo grupo que, além de existir virtualmente, realiza reuniões semanais, todas às noites de segunda-feira, no Clube Finlândia.

— Realizamos uma ação de conscientização da sociedade quanto à necessidade de uma participação mais ativa e distribuímos repelente natural, que chamamos de Caminhada Ecológica; distribuímos presentes para fazer o Natal de crianças carentes de Penedo em bairros como o África I, África II, jambeiro, Marechal Jardim, Marrocos e conseguimos distribuir 2.500 presentes. E em janeiro fizemos um projeto maior com vários eixos de trabalho – explicou outro coordenador do grupo, Nilson Rodrigues da Silva, acrescentando que muitos dos trabalhos são feitos com outros grupos, inclusive associações de moradores e o grupo em que participavam anteriormente, o Ação Penedo.

No projeto feito pelo grupo, que ainda conta com a coordenação de Neusa Maria Maciel Rodrigues da Silva, foram elencados como eixos de trabalho ou prioridades os jovens de Penedo; a reciclagem do lixo, incluindo a questão da compostagem e de uma horta comunitária; a preservação do Meio Ambiente; ordem pública, saúde, obras e respeito às leis; segurança; queimadas e gestão participativa. Eles fariam fóruns, palestras e outros eventos para discuti-los e propor situações de melhorias. Devido ao crescimento da criminalidade no local, optaram por começar pela segurança.

— Levantamos um estudo da organização Viva Rio que fala sobre drogas e a situação social de favelização pela qual passou Penedo, um trabalho encomendado pela prefeitura mesmo e que casou com o que estávamos buscando. Ele relaciona o consumo de drogas, a baixa renda e a falta de oportunidades para os jovens e como é mais fácil se engajar em gangues do que conseguir emprego. Quando Itatiaia se emancipou houve situações graves de políticos que, para ganhar votos, trouxeram pessoas da baixada e ofereceram terras a eles, mas não trabalho. Foi quando Penedo se favelizou e agravou a situação social – esclareceu Biolchini.

Além de mostrar os dados, no Fórum houve espaço para que tanto a população quanto o representante da Polícia Civil de Itatiaia, o chefe de polícia Cataldo; o secretário de Planejamento de Itatiaia Ruy Saldanha; o secretário de Ordem Pública de Itatiaia Nilson Rodrigues Neves; o presidente da Câmara Municipal de Itatiaia Eduardo Guedes da Silva (PSDB) e o representante do DPO de Itatiaia, o tenente da Polícia Militar Paúra se expressarem e opinarem sobre as necessidades de Penedo.

— Nós pedimos monitoramento por câmeras e o pessoal da prefeitura disse que tem um mega projeto de R$ 4 a 5 milhões, mas que não têm dinheiro para executar. Nós sugerimos um micro projeto, pequenos, com câmeras próximas a escolas. Também soubemos que há verba para construção de um posto policial na Serrinha, mas vamos lutar para fazê-lo na entrada de Penedo. Tínhamos até uma oferta de um terreno cedido para construir. Também pedimos maior preocupação com os jovens nas drogas. Mas foi um encontro de cidadania, de uma postura de cidadão participativo e não que só pede. Então nos comprometemos a participar mais nas assembléias da Câmara e queremos saber todos os conselhos deliberativos. Nosso compromisso é uma parceria com eles – concluiu Cristina.

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