Incerteza do mercado automotivo marca a inauguração da Nissan em Resende

Nem a ausência da Presidente da República Dilma Rousseff (PT) e tampouco a presença do Governador do Estado Luiz Fernando Pezão (PMDB) foram temas da inauguração da fábrica de automóveis e motores da Nissan em Resende, no dia 15. O assunto foi a queda nas vendas de automóveis. A empresa até que tentou falar pouco sobre o mercado, destacando seus projetos sociais, o patrocínio das Olimpíadas de 2016 ou sua “brasilidade”, contando para isso com o apoio da escola de samba Salgueiro e da apresentação de carros nas cores verde e amarela no palco, mas nem isso desviou o assunto da imprensa.

Em seu discurso, o Chairman e CEO mundial da marca japonesa Nissan, Carlos Ghosn, fez questão de manter as mesmas metas anunciadas quando a empresa investiu R$ 2,6 bilhões na unidade, há 23 meses, em um mercado bem mais estável que o atual.

— Investimos para construir um complexo industrial completo, que vá desde a estamparia, com placas para moldar chapas de aço até a pista de testes, com capacidade para produzir 200 mil automóveis e motores por ano. Mantemos nossa meta de atingir 5% do mercado brasileiro até 2016, porque acreditamos que o potencial do Brasil é bem pra frente. Na Europa há 500 mil veículos para cada mil habitantes e no Brasil são 175 para cada mil habitantes e pouco a pouco não temos dúvidas que podemos chegar aos padrões da Europa aqui no Brasil – afirmou o empresário.

Não é segredo que a indústria automotiva vem sofrendo perdas bastante significativas desde que o governo cancelou a redução do IPI para veículos automotores, o que havia mantido o setor em alta mesmo em meio à crise econômica internacional. Contudo, segundo reportagem do jornal Valor Econômico, do mesmo dia, o quadro da Nissan é ainda mais preocupante com relação a outras montadoras, já que nos três primeiros meses de 2014 ela teria vendido quatro mil veículos a menos que no mesmo período de 2013. Enquanto os emplacamentos de carros de outras marcas caíram 1,7% no mesmo período, o da japonesa caiu 21,7%.

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