Jovens criticam desvio do tema em Seminário da Juventude em Resende

A prefeitura de Resende, através da secretaria de Relações Comunitárias e Cidadania promoveu na tarde do dia 12, no Espaço Z, no Centro, o 3º Seminário de Políticas Públicas para a Juventude. Tendo como tema “Rebaixamento da Maioridade Penal em Debate”, a discussão não agradou muitos jovens, que afirmaram que a composição da mesa estava mais preocupada em mostrar quais são as entidades que atendem a juventude em Resende do que realmente debater o tema.

Muitos dos palestrantes eram ligados ao Governo do Estado, como Eneida Ramos, do Departamento Geral de Ações Socioeducatiovas do Governo do Estado; Vera Cristina, do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro; João Paulo, do Conselho Estadual de Juventude. Os representantes de Resende eram Ana Paula, representando o Conselho Tutelar, e Renata e Odete representando o Creas. 

Segundo a organização do evento, esse tema havia sido proposto pelos próprios jovens. No primeiro seminário, em 2012, foram debatidas as Políticas Públicas para a juventude e os próprios jovens sugeriram soluções aos secretários.  No segundo, em 2013, a prefeitura teria dado um retorno para a juventude quanto às demandas levantadas no ano anterior e ficou decido que os temas seriam aprofundados, o que começaria a acontecer no evento de 2014.

O estudante Edson Breno da Silva Laurindo, de 14 anos, participou do evento como um dos representantes do Confiar e afirmou que não sabia muito sobre violência contra os jovens.

– Achei interessante, importante, não sabia que não precisava bater, por exemplo, que tem outras formas de educar, como eles falaram. Agora posso informar outros sobre isso – comentou, opinando sobre a redução da maioridade penal: “Diminuindo ou aumentando não vai acabar a violência, então pode deixar como está”.

Mario Cesar de Barros Gonche, também de 14 anos, chegou a fazer uma sugestão quanto às ações a serem tomadas com menores infratores.

– Eles são soltos mesmo, então podia ficar em um asilo, fazer trabalhos lá, fazer pintura em muro – enumerou Mario Gonche.

Quanto ao debate, em si, no entanto, alguns jovens ficaram decepcionados, como Tatiane Adriele da Silva Lauredo, também do Confiar, de 15 anos.

– Achei que as falas do pessoal da mesa não tinham nada a ver com o assunto proposto. Além disso, eles não souberam responder as perguntas que as pessoas faziam. Eu, por exemplo, perguntei sobre a punição para latrocínio – roubo seguido de morte – e ninguém soube me responder – avaliou Tatiane Lauredo.

Outra jovem, de apenas 13 anos, Victoria Lima Silva, também esperava uma discussão mais aprofundada.

– Não participo do Confiar, mas soube do Fórum porque achei o tema interessante e quis discutir, mas eles falaram do Degase, do Eca, do Conselho Tutelar, de tudo que eles têm para receber o menor infrator, mas não sobre a redução da maioridade penal. Achei que nenhuma pergunta foi respondida da maneira que deveria, que não deram espaço para o jovem falar e que não falaram sobre o tema. Fiquei decepcionada – avaliou Victoria Silva.

O seminário foi realizado das 13h às 16h30.

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