QUEM PENSA? Outubro rosa

Muitos assuntos borbulham semanalmente, mas essa semana resolvi escrever sobre um tema que desde o início do mês de outubro tem sido pauta de vários veículos de comunicação, mas também das áreas de Saúde e Educação: o câncer de mama cuja lembrança de prevenção se dá no mês de outubro em todo o mundo e que ficou conhecido como “Outubro rosa”.
Penso que não posso falar sobre câncer e atendimento público e delimitando geograficamente o assunto fico a imaginar como uma cidade que se pretende moderna, não investe com mais ênfase nessa área. Em Resende, por exemplo, não existe o tratamento na área da Oncologia, mas o governo tem uma despesa em torno de R$ 1,25 milhão mês na área de média e alta complexidade, que é a que o câncer está inserida. Como usuária do SUS gostaria de ver esse dinheiro sendo aplicado em prevenção e tratamento do câncer, por exemplo, do que pagando aluguel, como acontece hoje ou serviços terceirizados que sempre saem mais caro.
A prefeitura de Resende no primeiro semestre, deste ano, realizou uma ação positiva quando os postos de saúde ficaram abertos no sábado para exames preventivos do câncer de colo de útero e solicitações de exames de mamografia. E acredita-se que todas essas mulheres, com solicitação, já fizeram esse exame, dado o valor já citado acima da despesa com esta área. E ao pode ser diferente, pois o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, mas não vi o governo de Resende aderindo à campanha do “Outubro rosa”, ao contrário de algumas cidades vizinhas como Itatiaia, Porto Real e Barra Mansa. Como isso não foi prioridade? Pelo menos no mês de outubro?
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) é uma referência pública do atendimento de pessoas com câncer. Não conheço uma pessoa que seja que critique o trabalho realizado no Inca, assim como sua administração. O Instituto ainda promove pesquisas e mantém um sistema de informação sobre o tema. Sugiro que acesse o site www.2inca.gov.br e conheça mais sobre o tratamento de todos os tipos de cânceres, estatísticas e outros assuntos afins.
Queria também lembrar que em Resende, há três anos, veio para Resende o Grupo de Apoio às Pessoas com Câncer (GAPC), e que funciona numa sala da Santa Casa de Misericórdia com muitas dificuldades. O trabalho dos profissionais do grupo é elogiado por muitas pessoas, mas sua permanência em Resende pode estar ameaçada se não conseguirem mais apoios para continuar os atendimentos. Atualmente, apenas 55 pessoas são beneficiadas pelo trabalho que visa dar apoios psicológico, clínico e social. A entidade não tem apoio do poder púbico municipal. Talvez eu esteja errada, mas penso, que o governo municipal pode, através de projetos e programas apoiar este grupo que tem contribuído para o município.
Campanhas permanentes são necessárias, mas infelizmente também não vemos isso. A prevenção do câncer de mama pode evitar muitas dores não só ao portador da doença,mas à família que sofre junto. O assunto merece mais atenção de nossas autoridades e claro, mais,muito mais sensibilidade. Termino este artigo homenageando todas as mulheres que enfrentaram esse câncer e lutam diariamente para superar possíveis sequelas, sejam físicas ou psicológicas e apelando às que não enfrentaram a doença que divulgue o máximo a necessidade de fazer o exame (mamografia) depois dos 40 anos de idade, procurar anualmente o ginecologista e fazer o autoexame mensalmente.
Ana Lúcia
Editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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