As mudanças no trânsito realizadas no final de julho no bairro Paraíso, em Resende, foi o tema dominante da reunião entre a Associação de Moradores do bairro e autoridades da Câmara e da Prefeitura, realizada na noite desta segunda-feira, dia 12, no Parque Paraíso. Apesar de a reunião ter priorizado quatro assuntos diferentes (falta de médico, praça com obra atrasada, inauguração de posto atrasada e transtornos na mudança no trânsito), comerciantes e moradores da comunidade priorizaram as mudanças no trânsito para fazer suas críticas e sugerir correções ao prefeito José Rechuan Júnior (PP), que esteve conversando com as mais de cem pessoas presentes no local.
O momento que arrancou mais aplausos dos moradores foi quando um deles questionou que a população do bairro não foi ouvida antes das mudanças, nem por Rechuan e muito menos pelos vereadores. Foi quando o prefeito resolveu assumir sozinho a responsabilidade. “Os vereadores e os secretários não têm culpa pelo que aconteceu nas mudanças do trânsito, a culpa é minha pelo trânsito ter mudado. Alguns dos vereadores são contra minha proposta, e me pediram para que eu não fizesse as mudanças. Essa alteração já era prevista em 2009, mas somente agora a Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) nos liberou a fazer essas alterações. Se não fizéssemos agora, isso só aconteceria no começo de 2014”.
Outra crítica feita pelo funcionário público Fernando de Carvalho é sobre a falta de um estudo da área que receberá as mudanças e de pesquisa para medir a satisfação dos motoristas e pedestres. “Eu questiono as opiniões das pessoas em uma pesquisa feita pela própria prefeitura, ela deveria ser feita por institutos de pesquisa credenciados, a maioria dos moradores e comerciantes não foram ouvidos”, explica o funcionário público.
Rechuan, por sua vez, respondeu. “A gente não usa dinheiro para financiar pesquisas ou estudos de área para as mudanças e sim para investir na saúde e na educação”. O morador rebateu, dizendo que o estudo da área seria uma forma de prevenir o número de equívocos na realização de obras e mudanças no tráfego da cidade.
O diretor de hotel Eduardo Lemos é um dos representantes do comércio mais insatisfeitos com as mudanças no trânsito no bairro. Um dos responsáveis pela ação civil, que conta com o apoio de 18 empresas do bairro, aproveitou para descrever os problemas enfrentados desde então por quem têm negócios no Paraíso.
– Nós geramos vários empregos e prestamos nossos serviços e isso nos prejudicou, dando problemas até de demissão. Aliás, teve dono de padaria que não veio à reunião porque teve que fazer a função de um funcionário que precisou ser demitido – diz Eduardo, que também questiona o uso de um terreno privado para escoar o tráfego entre o rodoshopping Graal e o bairro. “Deveriam ter desapropriado”.
A justificativa dada por Rechuan foi de que a área, localizada de frente ao ponto de ônibus de linha da Graal não poderia ser desapropriada porque as mudanças seriam provisórias, e que também não poderia desperdiçar os recursos do município.
A população de um bairro não pode intervir em vias que são ou passaram a ser de importância arterial, ou seja, que transitam moradores de quase toda a cidade, mesmo que essas vias atravessem seus bairros. Vias arteriais são como rodovias federais que atravessam estados, o estado não pode se intrometer. Os bairros devem opinar sobre ruas locais, de trânsito local, assim como o Estado com rodovias estaduais. Imagina se os moradores do Manejo quiserem, a bel prazer, inverter o trânsito da Avenida Coronel Mendes? Eles tem esse direito? Nada tem como agradar a todos. Nesse caso eu ainda acho que foi bom para o Paraíso, deu movimento a ruas que antes eram mortas. Terrenos e casas que antes só serviam para moradias, agora servem para edificar hotéis, por exemplo, deve ter valorizado. O comércio nunca perde, pois se eu preciso comprar algo, irei comprar, agora ou depois, estacionando longe ou perto, aqui ou ali, etc. Respeito todas as opniões, e essa é a minha opnião. Sem censura por favor!
Caro leitor,
Não é a primeira vez que seus comentários estão acompanhados, ao final, de um “sem censura por favor!”. Informamos que o tempo da censura, promovido pelos governos militares, felizmente já passou. No BEIRA-RIO NÃO SERÃO PUBLICADAS AS MANIFESTAÇÕES OFENSIVAS e serão editadas aquelas que igualmente com elementos ofensivos ou duvidosos em nada contribua para o debate.
Att,
Ana Lucia
editora
Infelizmente não haviam moradores do Jardim do Sol (também prejudicados), pois não foram convidados para a “reunião” entre Associação de Moradores do Paraíso e o prefeito, que mais ficou parecendo uma prestação de contas orquestrada para tentar justificar os transtornos e prejuízos causados. Aqueles vereadores (muitos por sinal) se comportam como se fossem secretários da prefeitura, e foram lá na aba do prefeito tentando justificar que estavam lá para ouvir a população, esperaram mais de 20 dias após a mudança do trânsito para dar as caras no bairro.
LAMENTÁVEL !!!
O Sr. Rechuam infelizmente não houviu a população antes das alterações no trânsito e acarretou sérios prejuízos para os comerciantes do local. Tente atravessar a rua ao lado da Graal para ir ao Mac Donalds e vão entender a revolta dos moradores e comerciantes.